CC BY 4.0 · Rev Bras Ginecol Obstet 2016; 38(01): 020-026
DOI: 10.1055/s-0035-1570108
Original Article

Correlação das dosagens de frutosamina e de hemoglobina glicosilada com o perfil glicêmico em gestantes com diabetes mellitus

Correlation of the Levels of Fructosamine and Glycated Hemoglobin with the Blood Glucose Profile in Pregnant Women with Diabetes Mellitus
Carolina Yumi Fujimoto
1   Divisão de Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
,
Rafaela Alkmin da Costa
1   Divisão de Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
,
Tatiana de Assunção Zaccara
1   Divisão de Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
,
Cristiane de Freitas Paganotti
1   Divisão de Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
,
Rossana Pulcineli Vieira Francisco
2   Disciplina de Obstetrícia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
› Author Affiliations

Resumo

Objetivo Avaliar se há correlação das dosagens de frutosamina e de hemoglobina glicosilada (HbA1c) com as frequências de desvios de glicemia capilar em gestantes com diabetes mellitus. Métodos: estudo observacional, retrospectivo, de corte transversal, incluindo todas as gestantes com diabetes que iniciaram o pré-natal em hospital terciário de ensino durante o ano de 2014 e que apresentavam pelo menos 20 dias de auto monitoramento glicêmico previamente às dosagens séricas de frutosamina e de HbA1c. Os desvios de glicemia capilar foram considerados “hipoglicemias” quando menores que 70mg/dL ou “hiperglicemias” quando acima do alvo glicêmico terapêutico para o horário. Foram testadas as correlações lineares par a par das dosagens de frutosamina e de HbA1c com as frequências de hipoglicemias e de hiperglicemias capilares pelo teste Tau-b de Kendall. Na sequência, foi avaliada a regressão linear entre as dosagens de HbA1c e de frutosamina e as frequências de hipoglicemias e de hiperglicemias.

Resultados Foram incluídas 158 gestantes que contribuíram com 266 amostras para dosagem sérica de frutosamina e HbA1c. As dosagens de frutosamina e de HbA1c apresentaram, respectivamente, coeficientes τ de Kendall de 0,29 (p < 0,001) e 0,5 (p < 0,001) com a frequência de hiperglicemias, e de 0,09 (p = 0,04) e 0,25 (p < 0,001) com a frequência de hipoglicemias capilares. No modelo de regressão linear, as dosagens de frutosamina e de HbA1c apresentaram, respectivamente, coeficientes de determinação R2 = 0,26 (p < 0,001) e R2 = 0,51 (p < 0,001) para a predição de hiperglicemias, e R2 = 0,03 (p = 0,003) e R2 = 0,059 (p < 0,001) para a predição de hipoglicemias.

Conclusão As dosagens de frutosamina e de HbA1c apresentam correlação fraca a moderada com as frequências de hiperglicemias e hipoglicemias capilares no auto monitoramento glicêmico e não são capazes de traduzir com precisão os desvios da meta glicêmica no tratamento de gestantes com diabetes.

Abstract

Objective To evaluate the correlation of the levels of fructosamine and of glycated hemoglobin (HbA1c) with the frequency of blood glucose self-monitoring values out of the treatment target range in pregnant women with diabetes mellitus.

Methods We performed an observational, retrospective, cross-sectional study, including all pregnant women with diabetes who attended prenatal care visits at a tertiary teaching hospital during the year of 2014 and who presented at least 20 days of blood glucose self-monitoring prior to assessment of serum levels of fructosamine and HbA1c. Capillary blood glucose values out of the treatment target range were considered “hypoglycemia” when lower than 70 mg/dL and “hyperglycemia” when above the glycemic therapeutic target. We evaluated the correlation of the levels of fructosamine and of HbA1c with the frequencies of hyperglycemia and hypoglycemia recorded in the glucometer device by performing Tau-b of Kendall correlation tests. Next, linear regression tests were performed between the levels of HbA1c and of fructosamine and the frequencies of hypoglycemia and hyperglycemia.

Results We included 158 pregnant women, from whom 266 blood samples were obtained for assessing fructosamine and HbA1c levels. Measurements of fructosamine and of HbA1c presented, respectively, Kendall's τ coefficient of 0.29 (p < 0.001) and 0.50 (p < 0.001) regarding the frequency of hyperglycemia, and of 0.09 (p = 0.046) and 0.25 (p < 0.001) regarding the frequency of hypoglycemia. In the linear regression model, levels of fructosamine and of HbA1c respectively presented determination coefficients R2 = 0.265 (p < 0.001) and R2 = 0.513 (p < 0.001) for the prediction of hyperglycemia, and R2 = 0.033 (p = 0.003) and R2 = 0.059 (p < 0.001) for the prediction of hypoglycemia.

Conclusion Levels of fructosamine and of HbA1c presented a weak to moderate correlation with the frequencies of hyperglycemia and hypoglycemia at blood glucose self-monitoring and were not able to accurately translate the deviations from the glycemic goals in pregnant women with diabetes.



Publication History

Received: 18 September 2015

Accepted: 15 October 2015

Publication Date:
30 December 2015 (online)

© 2016. Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution License, permitting unrestricted use, distribution, and reproduction so long as the original work is properly cited. (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil

 
  • Referências

  • 1 Pedersen LM, Pedersen J. Causes of perinatal death in diabetic pregnancy. A clinico-pathological analysis. Acta Med Scand Suppl 1967; 476: 175-181
  • 2 Agarwal MM, Hughes PF, Punnose J, Ezimokhai M, Thomas L. Gestational diabetes screening of a multiethnic, high-risk population using glycated proteins. Diabetes Res Clin Pract 2001; 51 (01) 67-73
  • 3 Lowe LP, Metzger BE, Dyer AR. et al; HAPO Study Cooperative Research Group. Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcome (HAPO) Study: associations of maternal A1C and glucose with pregnancy outcomes. Diabetes Care 2012; 35 (03) 574-580
  • 4 Agarwal MM, Dhatt GS, Othman Y, Ljubisavljevic MR. Gestational diabetes: an evaluation of serum fructosamine as a screening test in a high-risk population. Gynecol Obstet Invest 2011; 71 (03) 207-212
  • 5 Selvin E, Rawlings AM, Grams M. et al. Fructosamine and glycated albumin for risk stratification and prediction of incident diabetes and microvascular complications: a prospective cohort analysis of the Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC) study. Lancet Diabetes Endocrinol 2014; 2 (04) 279-288
  • 6 Delgado M R, Novik A V, Cardemil M F, Santander A D. Utilidad de la medición de fructosamina como indicador de control en pacientes con diabetes gestacional y pregestacional. Rev Med Chil 2011; 139 (11) 1444-1450
  • 7 Ayyappan S, Philips S, Kumar CK, Vaithiyanandane V, Sasikala C. Serum fructosamine a better indicator than glycated hemoglobin for monitoring gestational diabetes mellitus. J Pharm Bioallied Sci 2015; 7 (Suppl. 01) S32-S34
  • 8 Watson WJ, Herbert WN, Prior TW, Chapman JF. Glycosylated hemoglobin and fructosamine. Indicators of glycemic control in pregnancies complicated by diabetes mellitus. J Reprod Med 1991; 36 (10) 731-734
  • 9 Thai AC, Lui KF, Low EG, Ng WY, Kek LP. Serial measurement of serum fructosamine and glycosylated haemoglobin as indices of glycaemic control in diabetic pregnancy. Ann Acad Med Singapore 1991; 20 (06) 732-735
  • 10 Parfitt VJ, Clark JD, Turner GM, Hartog M. Use of fructosamine and glycated haemoglobin to verify self blood glucose monitoring data in diabetic pregnancy. Diabet Med 1993; 10 (02) 162-166
  • 11 Feitosa ACR, Andrade FS. Avaliação da frutosamina como parâmetro de controle glicêmico na gestante diabética. Arq Bras Endocrinol Metabol 2014; 58 (07) 724-730
  • 12 American Diabetes Association. Standards of medical care in diabetes—2011. Diabetes Care 2011; 34 (Suppl. 01) S11-S61
  • 13 Francisco RPV, Trindade TC. Diabetes gestacional. In: Zugaib M, Bittar RE. editores. Protocolos assistenciais clínica obstétrica FMUSP. 4a ed.. São Paulo: Atheneu; 2011. . p. 243–51.
  • 14 Nansseu JR, Fokom-Domgue J, Noubiap JJ, Balti EV, Sobngwi E, Kengne AP. Fructosamine measurement for diabetes mellitus diagnosis and monitoring: a systematic review and meta-analysis protocol. BMJ Open 2015; 5 (05) e007689
  • 15 Khan HA, Sobki SH, Alhomida AS. Fluctuations in fasting blood glucose and serum fructosamine in pregnant women monitored on successive antenatal visits. Clin Exp Med 2006; 6 (03) 134-137
  • 16 Hashimoto K, Koga M. Indicators of glycemic control in patients with gestational diabetes mellitus and pregnant women with diabetes mellitus. World J Diabetes 2015; 6 (08) 1045-1056
  • 17 Matsumoto H, Murase-Mishiba Y, Yamamoto N. et al. Glycated albumin to glycated hemoglobin ratio is a sensitive indicator of blood glucose variability in patients with fulminant type 1 diabetes. Intern Med 2012; 51 (11) 1315-1321