Abstract
Introduction Episiotomy is a controversial procedure, especially because the discussion that surrounds
it has gone beyond the field of scientific debate, being adopted as an indicator of
the “humanization of childbirth”. The scientific literature indicates that episiotomy
should not be performed routinely, but selectively.
Objectives To review the literature in order to assess whether the implementation of selective
episiotomy protects against severe perineal lacerations, the indications for the procedure,
and the best technique to perform it.
Methods A literature search was performed in PubMed using the terms episiotomy or perineal lacerations, and the filter clinical trial. The articles concerning the risk of severe perineal lacerations with or without
episiotomy, perineal protection, or episiotomy techniques were selected.
Results A total of 141 articles were identified, and 24 of them were included in the review.
Out of the 13 studies that evaluated the risk of severe lacerations with and without
episiotomy, 5 demonstrated a protective role of selective episiotomy, and 4 showed
no significant differences between the groups. Three small studies confirmed the finding
that episiotomy should be performed selectively and not routinely, and one study showed
that midline episiotomy increased the risk of severe lacerations. The most cited indications
were primiparity, fetal weight greater than 4 kg, prolonged second stage, operative
delivery, and shoulder dystocia. As for the surgical technique, episiotomies performed
with wider angles (> 40°) and earlier in the second stage (before “crowning “) appeared
to be more protective.
Conclusions Selective episiotomy decreases the risk of severe lacerations when compared with
the non-performance or the performance of routine episiotomy. The use of a proper
surgical technique is fundamental to obtain better results, especially in relation
to the angle of incision, the distance from the vaginal introitus, and the correct
timing for performing the procedure. Not performing the episiotomy when indicated
or not applying the correct technique may increase the risk of severe perineal lacerations.
Resumo
Introdução A episiotomia é um procedimento controverso, devido, em parte, à discussão sobre
sua realização ter ultrapassado o campo do debate cientifico, sendo adotada como indicador
associado com a “humanização do parto.” A literatura mostra que a episiotomia não
deve ser realizada rotineiramente, mas de forma seletiva. Questões relativas à sua
indicação, técnica de realização e associação com lacerações perineais graves são
objeto de amplo debate e pesquisa.
Objetivos Revisar a literatura para avaliar se a realização da episiotomia seletiva protege
contra lacerações perineais graves, quais são suas indicações, e qual a melhor técnica
para realizar este procedimento.
Método Foi realizada busca no PubMed com os termos episiotomy ou perineal lacerations utilizando o filtro clinical trial. Foram selecionados os artigos que tratavam do risco de lacerações perineais graves
com e sem episiotomia, ou de técnicas de proteção perineal ou de episiotomia.
Resultados Foram identificados 141 artigos, dos quais 24 foram incluídos na revisão. Dos 13
estudos que avaliaram o risco de lacerações graves com e sem episiotomia, 5 demonstraram
o papel protetor da episiotomia seletiva, e 4 não mostraram diferenças significativas
entre os grupos. Três pequenos estudos confirmaram o achado de que a episiotomia deve
ser realizada seletiva e não rotineiramente, e um estudo mostrou que a episiotomia
mediana aumenta o risco de lacerações graves. Quanto às indicações, as mais citadas
foram a primiparidade, peso fetal maior do que 4kg, período expulsivo prolongado,
parto operatório e distocia de ombro. Quanto à técnica, episiotomias realizadas com
ângulos mais abertos (> 40°) e mais precocemente no período expulsivo (antes do “coroamento”)
parecem ser mais protetoras.
Conclusões Episiotomias seletivas reduzem o risco de lacerações graves comparativamente à não
realização de episiotomia ou à realização de episiotomia rotineira. Para esse resultado,
é fundamental a utilização de técnica operatória correta, principalmente em relação
ao ângulo de inclinação e distância da fúrcula vaginal, além do momento de sua realização.
Deixar de realizar a episiotomia, com a técnica correta e quando bem indicada, pode
aumentar o risco de lacerações perineais graves.
Keywords
episiotomy - perineal lacerations - obstetrical delivery
Palavras-chave
episiotomia - lacerações perineais - parto obstétrico