CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672519
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Subluxação atlantoaxial atraumática na infância: relato de caso e revisão de literatura

Claudionor Nogueira Costa Segundo
1   Hospital da Restauração
,
Deoclides Lima Bezerra
1   Hospital da Restauração
,
Geraldo de Sá Carneiro Filho
1   Hospital da Restauração
,
Hildo R. Cirne de Azevedo Filho
1   Hospital da Restauração
,
Jeremias Fernando Gomes
1   Hospital da Restauração
,
Rafael Baptista de Assis
1   Hospital da Restauração
,
Luiz Severo Bem Junior
1   Hospital da Restauração
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Objetivo: Relatamos um caso raro subluxação atlantoaxial ou Síndrome de Grisel (SG) para sublinhar a importância do diagnóstico precoce e um tratamento adequados.

Materiais e métodos: Criança, sexo feminino, 7 anos de idade. Mãe relata que em novembro de 2015 criança acordou com queixa de torcicolo de instalação súbita e melhora parcial com uso de analgésicos, persistindo, no entanto, com uma postura viciosa do pescoço e cervicalgia residual. Por persistência de postura de inclinação da cabeça e discreta redução da mobilidade do pescoço, criança foi encaminhada para avaliação. Nega quadro de infecção de vias aéreas ou procedimento otorrinolaringológico prévios. Exame neurológico sem alterações. Avaliação oftalmológica sem anormalidades. Radiografia transoral: observamos assimetria do processo espinhoso em relação às massas laterais do atlas, não se alterando com o posicionamento da cabeça. Raio de coluna cervical dinâmico: Como descrever? Tomografia de coluna cervical com reconstrução 3D: Observamos desvio C1 em relação C2, evidenciando o processo espinhoso de C1 a direita do processo odontóide de C2. RNM de coluna cervical com contraste: Processo inflamatório crônico inespecífico secundaria a fixação rotatória de C1 sobre C2.

Resultados: Paciente submetida a instalação de colete Halo Vest durante 4 semanas, apresentando evolução satisfatória evidenciada em Raio X cervical dinâmico controle.

Discussão/Conclusão: Na Sindrome de Grisel há uma clara associação com infecção ou procedimento cirúrgico em região de cabeça e pescoço, devendo ser considerada em crianças com torcicolo agudo após uma infecção ou procedimento operatório no trato aerodigestivo superior. Um diagnóstico precoce da síndrome de Grisel e uma terapia imediata é o mais importante. Em alguns caso o diagnóstico pode ser desafiador e requer uma forte suspeita clínica e imagem radiológica adequada. Terapia antibiótica é imperativa e conduz a uma taxa elevada da remissão. Casos selecionados, como o nosso, pode haver a necessidade de fixação cervical temporária.