CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672521
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Caso ilustrativo: síndrome de Klippel-Feil e fratura traumática longitudinal de vértebras cervicais fundidas

Danilo Gomes Quadros
1   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo
,
Wagner Malago Tavares
1   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo
,
Almir Ferreira de Andrade
1   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo
,
Matheus Louzada Yamaki
1   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo
,
Bruno Monteiro Reis
1   Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Apresentação de caso: Paciente, 52 anos, vítima de acidente de carro em alta velocidade com capotamento em 30 de janeiro de 2018, recusou atendimento em serviço médico. Evoluiu com dor cervical desde o acidente e 15 dias após evoluiu com fraqueza em hemicorpo direito. Foi admitido com hemiparesia incompleta desproporcionada a direita, força muscular grau 3 em membro superior direito e grau IV em membro inferior direito, com sinais de liberação piramidal. TC cervical evidenciou fusão de vertebras C2–C3 com fratura longitudinal de corpo de ambas vertebras e fraturas de lâminas de ambas as vértebras à direita. Ambas as formas vertebrais à direita foram acometidas pela fratura. RNM cervical evidenciou compressão medular principalmente a direita pelos fragmentos das lâminas a direita. Angio-RM evidenciou imagem sugestiva de dissecção de vertebral direita e psuedoaneurima, não confirmados em Arteriografia realizada posteriormente. Paciente submetido à correção cirúrgica em dois tempos com artrodese c3–c4 com parafusos de massa lateral à esquerda + hemilaminectomia à direita. Em segundo tempo foi realizada fixação c3–c4 via anterior com Cage e placa.

Discussão: A sindrome de Klippel-Feil (SKF) é caracterizada pela fusão de duas ou mais vertebras cervicais devido a um defeito emrbionário em sua segmentação entre a 3a e a 8a semana de gestação. A tríade clínica clássica é composta por fusão vertebral cervical, pescoço curto e baixa implatação do cabelo, sendo encontrada em 40–50% dos pacientes. Na literatura consultada existem relatos de déficits neurológicos secundários a traumas cervicais relacionados a SKF, no entanto só foram encontrados relatos de dois pacientes com fraturas relacionadas a esta síndrome, ambas no plano anteroposterior do corpo vertebral.

Considerações finais: Apresentamos o primeiro relato na literatura de fratura longitudinal em paciente com síndrome acidente com SKF. Nosso caso extende o espectro de lesões apresentadas por pacientes com KPS e demostra que mesmo os níveis fundidos estão sobre risco de fratura.