CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672545
E-Poster – Spine
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Abordagem cervical alta de um cordoma maligno intradural extramedular por via anterior e instrumentação

Henrique Oliveira Martins
1   Hospital Osvaldo Cruz/DFV Neuro
,
Matheus Fernandes Oliveira
1   Hospital Osvaldo Cruz/DFV Neuro
,
Roger Schmidt Brock
1   Hospital Osvaldo Cruz/DFV Neuro
,
Eduardo A. S. Vellutini
1   Hospital Osvaldo Cruz/DFV Neuro
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 

Cordoma é um tumor maligno que geralmente envolve o esqueleto axial e sua origem está relacionada aos remanescentes da notocorda. Na coluna cervical eles representam 5% de todos cordomas. O cordoma cervical apresenta alta taxa de recorrência, dada sua localização e crescimento em uma região anatômica altamente arriscada com anatomia complexa. Apresentamos uma paciente de 31 anos com estado de saúde debilitado à avaliação prévia. Tetraparética, pior em hemicorpo direito (hemiplégica), com mais de 4 anos de evolução. Apresentando piora considerável da paresia em dimidio esquerdo, principalmente, nos terços proximais dos membros. E parestesia nos terços distais dos mesmos. Ao exame, a paciente apresentou alteração dos II, III, VI, VII e VIII nervos cranianos à esquerda, além de alteração da deglutição, da fala e cerebelar. E déficit sensitivo e motor à direita. Na RNM Cervical 4 anos depois de acompanhamento notou-se recidiva tumoral posterior ao corpo vertebral de C3, para o qual a paciente foi encaminhada para a radioterapia departamento de oncologia. A possibilidade de tratamento complementar foi realizada pela equipe de radioterapia do Hospital, entretanto, a lesão aumentou de tamanho e a cirurgia foi preferida na discussão interdisciplinar. A exérese microcirúrgica da lesão foi realizada na região cervical de uma lesão intradural extramedular ao nível C2–C3–C4. Esta lesão causava uma compressão anteriormente a medula ao nível maior de C3 e posterior ao corpo vertebral de C2–C3–C4 centralmente. O relatório radiológico concluiu como principal diagnóstico o de cordoma. Por se tratar de uma paciente com cinco intervenções prévias. O prognóstico de pacientes jovens é muito pior do que o de idosos, o que requer outras estratégias cirúrgicas para melhorar a situação. Remoção em bloco e de forma radical, portanto, seria indicado em cordomas cervicais em pacientes jovens. Nossa opinião no manejo desses pacientes é de que a ressecção da lesão com margens livres deve ser o padrão de cirurgia para minimizar a recidiva. E evitar o uso de tratamentos complementares na primeira cirurgia; deixando-os como uma segunda opção terapêutica para recorrências subsequentes desse tipo de tumor no cérebro.