Resumo
Introdução Cirurgias ortopédicas apresentam a possibilidade de perfuração das luvas, que pode
chegar a 56,8%, relacionada principalmente à manipulação de instrumentos cortantes.
O tratamento de fraturas e cirurgias de trauma apresenta risco adicional pelo contato
com espiculas ósseas.
Objetivo Análise da prevalência de perda de integridade das luvas cirúrgicas em procedimentos
ortopédicos de trauma, principalmente fraturas, avaliando a exposição do cirurgião
e o contato com secreções provenientes do paciente.
Métodos Inspeção macroscópica das luvas de dois cirurgiões especializados em trauma, durante
um período de 4 meses. Ambos usaram duas luvas para todos os procedimentos e, ao término
da cirurgia, analisaram a presença ou ausência de manchas de sangue nas luvas internas
e/ou nos dedos. Os procedimentos foram categorizados quanto ao tempo e tipo de cirurgia.
A intercorrência investigada foi a perfuração de uma ou duas luvas; se a perfuração
foi percebida imediatamente ou apenas ao final da cirurgia, e qual o local e o motivo
do rasgo, se identificado.
Resultados Foram incluídas 210 cirurgias, das quais 87 apresentaram perfurações, sendo 17 casos
em ambas as luvas e 70 apenas na luva externa. Um total de 27,5% dos danos foram descobertos
apenas no final da cirurgia; os rasgos se concentraram no indicador esquerdo em 62,5%
dos casos. Por último, houve uma relação mais significativa com cirurgias de foco
aberto e com duração superior a 60 minutos.
Conclusão O nosso resultado sugere que em cirurgias prolongadas e com foco aberto, é necessário
maior cuidado e inspeção à procura de danos nas luvas.
Palavras-chave
cirurgiões ortopédicos - luvas cirúrgicas - proteção - traumatologia