Resumo
Objetivo Avaliar a flexão do cotovelo em crianças portadoras de paralisia obstétrica do plexo
braquial submetidas à transferência de Oberlin.
Métodos Estudo retrospectivo com 11 pacientes acometidos por paralisia decorrente do trabalho
de parto e que não apresentaram recuperação espontânea da flexão do cotovelo até os
12 meses de vida, operados entre 2010 e 2018.
Resultados As crianças foram operadas entre os 5 e 12 meses de vida, com média de 7,9 meses
e o tempo médio de seguimento foi de 133,2 meses, variando de 37 a 238 meses. Seis
pacientes (54,5%) apresentaram grau de força muscular ≥ 3, medido pela escala de força
do Medical Research Council (MRC), e, pela escala de movimentação ativa (Active Momement Scale [AMS]), 5 pacientes obtiveram pontuação ≥ 5. Foi identificada correlação negativa
entre a AMS e a classificação de Narakas (r = -0,509), bem como entre a MRC e a classificação
de Narakas (r = -0,495). Já entre a AMS e a MRC, foi observada forte correlação positiva
(r = 0,935), demonstrando que quanto maior a pontuação na escala de movimento, maior
será a pontuação na escala de força muscular.
Conclusão A cirurgia de Oberlin apresenta-se como uma opção possível para a recuperação da
flexão do cotovelo em crianças com plexopatia neonatal; no entanto, demonstra resultados
bastante heterogêneos, mesmo no seguimento a longo prazo.
Palavras-chave
plexo braquial - paralisia obstétrica - neuropatias do plexo braquial.