Abstract
Objective To compare maternal and perinatal risk factors associated with complete uterine rupture
and uterine dehiscence.
Methods Cross-sectional study of patients with uterine rupture/dehiscence from January 1998
to December 2017 (30 years) admitted at the Labor and Delivery Unit of a tertiary
teaching hospital in Canada.
Results There were 174 (0.1%) cases of uterine disruption (29 ruptures and 145 cases of dehiscence)
out of 169,356 deliveries. There were associations between dehiscence and multiparity
(odds ratio [OR]: 3.2; p = 0.02), elevated maternal body mass index (BMI; OR: 3.4; p = 0.02), attempt of vaginal birth after a cesarian section (OR: 2.9; p = 0.05) and 5-minute low Apgar score (OR: 5.9; p < 0.001). Uterine rupture was associated with preterm deliveries (36.5 ± 4.9 versus
38.2 ± 2.9; p = 0.006), postpartum hemorrhage (OR: 13.9; p < 0.001), hysterectomy (OR: 23.0; p = 0.002), and stillbirth (OR: 8.2; p < 0.001). There were no associations between uterine rupture and maternal age, gestational
age, onset of labor, spontaneous or artificial rupture of membranes, use of oxytocin,
type of uterine incision, and birthweight.
Conclusion This large cohort demonstrated that there are different risk factors associated with
either uterine rupture or dehiscence. Uterine rupture still represents a great threat
to fetal-maternal health and, differently from the common belief, uterine dehiscence
can also compromise perinatal outcomes.
Resumo
Objetivo Comparar os fatores de risco maternos e perinatais associados à ruptura uterina completa
e deiscência uterina.
Métodos Estudo transversal de pacientes com ruptura/deiscência uterina no período de janeiro
de 1998 a dezembro de 2017 (30 anos) internadas na Unidade de Parto de um hospital
universitário terciário no Canadá.
Resultados Ocorreram 174 (0,1%) casos de transtorno uterino (29 rupturas e 145 deiscências)
em 169.356 partos. Houve associações entre deiscência e multiparidade (razão de chances
[RC]: 3,2; p = 0,02), índice de massa corporal (IMC) materno elevado (RC: 3,4; p = 0,02), tentativa de parto vaginal após cesariana (RC: 2,9; p = 0,05) e baixa pontuação Apgar em 5 minutos (RC: 5,9; p < 0,001). A ruptura uterina foi associada a partos prematuros (36,5 ± 4,9 versus 38,2 ± 2,9; p = 0,006), hemorragia pós-parto (RC: 13,9; p < 0,001), histerectomia (RC: 23,0; p = 0,002) e natimorto (RC: 8,2; p < 0,001). Não houve associação entre ruptura uterina e idade materna, idade gestacional,
início do trabalho de parto, ruptura espontânea ou artificial de membranas, uso de
ocitocina, tipo de incisão uterina e peso ao nascer.
Conclusão Esta grande coorte demonstrou que existem diferentes fatores de risco associados
à ruptura ou à deiscência uterina. A ruptura uterina ainda representa uma grande ameaça
à saúde materno-fetal e, diferentemente da crença comum, a deiscência uterina também
pode comprometer os desfechos perinatais.
Keywords
urupture - dehiscence - relative risk - cross-sectional - perinatal outcomes
Palavras-chave
ruptura uterina - deiscência - risco relativo - transversal - resultados perinatais