Resumo
Objetivo A capacidade de acesso anterior à região cervicotorácica com base na idade e gênero
do paciente e a possibilidade de variações anatômicas em diferentes populações geográficas
ainda não foram investigadas. O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise radiográfica
de pacientes brasileiros para avaliar a acessibilidade anterior da junção cervicotorácica
conforme idade e gênero.
Métodos Análise radiográfica retrospectiva de 300 tomografias computadorizadas. Os pacientes
foram separados por idade e gênero. Os parâmetros radiográficos estudados foram: nível
horizontal acima do esterno (HLS, na sigla em inglês), angulação do corpo vertebral
(VBA, na sigla em inglês), linha do disco intervertebral (IDL, na sigla em inglês)
e angulação da linha do disco intervertebral (IDLA, na sigla em inglês).
Resultados Os HLS e IDL mais frequentes foram T2 (34,3%) e C7–T1 (46%), respectivamente. Os
valores médios de VBA e IDLA foram de 18 ± 8,94 e 19 ± 7,9 graus, respectivamente.
Os homens apresentaram valores maiores de IDLA (p = 0,003) e VBA (p = 0,02). Os grupos de maior idade apresentaram valores maiores de IDLA (p = 0,01) e VBA (p = 0,001). Não houve diferenças de HLS entre os gêneros masculino e feminino (p = 0,3) ou faixas etárias (p = 0,79). Não foram observadas diferenças na IDL entre os gêneros masculino e feminino
(p = 0,3); entretanto, o grupo mais velho apresentou nível mais caudal do que os grupos
mais jovens (p = 0,12).
Conclusões Em comparação a outras populações, nossa amostra apresentou IDL e HLS mais cefálicos.
AVBA e a IDLA foram maiores no gênero masculino, enquanto VBA e IDLA foram maiores
em grupos mais velhos. A IDL era mais caudal em pacientes idosos.
Palavras-chave doenças da coluna vertebral - fusão vertebral - vértebras torácicas - tomografia computadorizada
por raios X