Resumo
Objetivo Avaliar o tempo de sobrevida, a taxa de falha e suas causas, e os resultados funcionais
de endopróteses cimentadas, com corpo em polietileno, empregadas após ressecção de
tumores ósseos primários do fêmur distal.
Métodos Estudo retrospectivo, que incluiu 93 procedimentos primários e 77 de revisão, realizados
entre 1987 e 2014. A sobrevida foi obtida pela análise de Kaplan Meyer, e os fatores
de risco para falha do implante foram avaliados por meio do modelo de riscos proporcionais
de Cox. As causas de falha da endoprótese foram classificadas segundo Henderson et
al. em cinco tipos: falha de partes moles, soltura asséptica, fratura estrutural,
infecção e recorrência do tumor. A avaliação funcional foi realizada por meio do sistema
de classificação funcional da Musculoskeletal Tumor Society (MSTS) para sarcomas ósseos
da extremidade inferior, versão brasileira (MSTS-BR).
Resultados Osteossarcoma foi o diagnóstico mais comum; 64,5% dos pacientes tinham menos de 20
anos; e o seguimento médio foi de 124,3 meses. A taxa de falha do implante primário
foi de 54,8%, e a sobrevida média foi 123 meses. A estimativa de sobrevida do implante
primário foi de 63,6%, 43,5%, 24,1%, 14,5% em 5, 10, 15 e 20 anos, respectivamente.
A causa de falha mais comum foi a do tipo 2 (37,3%). Idade ≤ 26 anos e lado direito
foram fatores de risco para falha. A pontuação média no MSTS-BR foi de 20,7 (variação:
14 a 27).
Conclusão Os resultados obtidos para a taxa de falha e o tempo de sobrevida do implante estão
de acordo com os da literatura, de forma que o procedimento estudado é adequado e
apresenta resultados funcionais satisfatórios, inclusive em longo prazo.
Palavras-chave endopróteses - fêmur - neoplasias ósseas - osteossarcoma - procedimentos cirúrgicos
reconstrutivos - salvamento de membro