Abstract
Objective To assess the possible impact of the COVID-19 pandemic on maternal mortality among
admissions for childbirth in 2020 in relation of the last 10 years.
Methods An ecological study with pregnant women who underwent hospital births at the Brazilian
unified public health service (SUS, in the Portuguese acronym) in Brazil from 2010
to 2020. The mortality among admissions for childbirth was obtained based on the number
of admissions for childbirth with reported death as outcome divided by the total number
of admissions. The underlying gestational risk and route of delivery were considered
based on the national surveillance system. The average mortality for the period between
2010 and 2019 (baseline) was compared with the rate of deaths in 2020 (1st pandemic year); the rate ratio was interpreted as the risk of death in 2020 in relation
to the average of the previous period (RR), with 95% confidence intervals (CIs).
Results In 2020, the 1st year of the COVID-19 pandemic, 1,821,775 pregnant women were hospitalized for childbirth
and 651 deaths were reported, which represents 8.7% of the total hospitalizations
and 11.3% of maternal deaths between 2010 and 2020. There was an increase in maternal
mortality after births in 2020 compared with the average for the period between 2010
and 2019, specially in low-risk pregnancies, both in vaginal (RR = 1.60; 95%CI:1.39–1.85)
and cesarean births (RR = 1.18; 95%CI:1.04–1.34).
Conclusion Maternal mortality among admissions for childbirth according to SUS data increased
in 2020 compared with the average between 2010 and 2019, with an increment of 40%
in low-risk pregnancies. The increase was of 18% after cesarean section and of 60%
after vaginal delivery.
Resumo
Objetivo Avaliar os possíveis impactos da pandemia de COVID-19 na mortalidade materna nas
admissões para o parto em 2020 em relação ao histórico dos últimos 10 anos.
Métodos Estudo ecológico com gestantes que realizaram parto hospitalar pelo Sistema Unificado
de Saúde do Brasil (SUS) de 2010 a 2020. Para obter-se a taxa de mortalidade entre
as admissões para o parto, foi utilizado o número de internações para parto que tiveram
óbito como desfecho dividido pelo total de internações. O risco gestacional e o tipo
de parto foram considerados a partir do sistema de vigilância nacional. A média de
mortalidade no período de 2010 a 2019 (linha de base) foi comparada com a taxa de
mortalidade pós-parto de 2020 (1° ano pandêmico); a razão das taxas foi interpretada
como risco de óbito em 2020 em relação à média no período anterior (RR), com intervalo
de confiança (IC) de 95%.
Resultados Em 2020, 1° ano da pandemia de COVID-19, 1.821.775 gestantes foram internadas para
o parto e 651 óbitos foram registrados, o que representa 8,7% do total de internações
e 11,3% das mortes maternas entre 2010 e 2020. Houve aumento na mortalidade materna
após partos em 2020 em relação à média do período entre 2010 e 2019, especialmente
em gestações de baixo risco, tanto em partos normais (RR = 1.60; IC95%: 1.39–185)
quanto em cesáreas (RR = 1.18; IC95%: 1.04–1.34).
Conclusão A mortalidade entre as admissões para o parto pelo SUS aumentou em 2020 em relação
à média de óbitos entre 2010 e 2019, com um incremento de 40% em mulheres de baixo
risco gestacional. O aumento verificado foi de 18% após cesárea e de 60% após parto
vaginal.
Keywords mortality - maternal - COVID-19 - postpartum period - health impact assessment
Palavras-chave mortalidade materna - COVID-19 - período pós-parto - avaliação do impacto na saúde