▪ RESUMO
Introdução:
De grande impacto na população, queimaduras exigem análise epidemiológica e
planejamento constantes para prevenção, tratamento e reabilitação dos
pacientes. Este trabalho objetiva comparar, após uma década, os indicadores
do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital João XXIII, em Belo
Horizonte, MG, abordados no artigo “Epidemiologia das queimaduras no estado
de Minas Gerais”, publicado na Revista Brasileira de Cirurgia Plástica com
dados de 2010, para validar as estratégias vigentes e as futuras.
Método:
Revisão dos prontuários dos pacientes acometidos por queimadura, internados
no referido centro em 2020.
Resultados:
Foram internadas 473 vítimas de queimadura no período, 87,5% causadas por
acidente, sendo 34,5% por líquidos quentes, 23,7% por álcool; 61,9%
provenientes do interior do estado de Minas Gerais; 63,4% do sexo masculino.
A idade média foi de 30 anos, a superfície corporal queimada média foi de
18,8% e o tempo médio de internação foi de 25 dias. Foram realizados 580
desbridamentos cirúrgicos e 473 enxertos cutâneos autólogos. Faleceram 7,4%
dos pacientes, correspondentes a 29,5% dos internados no CTI adulto, com
superfície corporal queimada média de 49,7%, e 10,5% dos internados no CTI
pediátrico. A maior causa de óbitos foi devido à sepse, em 57,1% dos casos.
A mortalidade diminuiu de 16,3% para 7,4% no período estudado.
Conclusão:
O perfil do paciente internado por queimadura manteve-se em grande parte o
mesmo após 10 anos. Houve aumento do número de atendimentos a vítimas de
queimadura do interior do estado e queimaduras provocadas por líquidos
quentes passaram a ser mais frequentes que por álcool. “A busca da
conformidade com o tratamento baseado na literatura mundial resultou em
diminuição da mortalidade.”
Descritores: Queimaduras - Unidades de queimados - Epidemiologia - Mortalidade - Sepse - Enxertos
Bibliographical Record RODRIGO PIMENTA SIZENANDO, HIGNER LUIS COSTA FORASTIERI, GUILHERME NEVES FURTADO,
MORGANA PINTO MOTTA ROQUE, KELLY DANIELLE ARAÚJO, ANA PAOLA REIS FAGUNDES SANTOS.
Epidemiologia das queimaduras no estado de Minas Gerais. O que mudou em uma década?.
Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Surgery
2024; 39: 217712352024rbcp0881pt. DOI: 10.5935/2177-1235.2024RBCP0881-PT