Palavras-Chave
ruptura - reconstrução do ligamento cruzado anterior - ligamento cruzado anterior
Introdução
As lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) encontram-se entre as lesões mais frequentes
no desporto (70%).[1] No entanto, o sucesso dessa reconstrução, em médio e longo prazos, está diretamente
ligado aos alinhamentos/ posicionamentos dos túneis ósseos, assim como à tensão do
enxerto ligamentar. O posicionamento dos túneis ósseos é fundamental na cinética e
biomecânica do joelho,[2] influi nos resultados finais da cirurgia. Se construirmos modelos em elementos finitos,
é possível simular as características biomecânicas do joelho quer em nível ligamentar
quer em nível da cartilagem, calculam-se as diversas tensões geradas quer no modelo
de joelho sem rotura do LCA quer no modelo no qual foi feita a reconstrução ligamentar.
No presente trabalho simulou-se a reconstrução do LCA com base em modelos de elementos
finitos, substituiu-se o ligamento por quatro neoligamentos de enxerto osso-tendão-osso
(OTO).[3] O posicionamento dos tuneis ósseos foi reproduzido do estudo desenvolvido em cadáver[2] por um dos autores deste trabalho (JCN) que simulou diversas possibilidades de posicionamento
dos túneis ósseos, sempre com o mesmo tipo de plastia, e as comparou com o modelo
original. Foi possível calcular algumas condições biomecânicas, pressão de contato
na cartilagem, translação posterior e rotações do fêmur, translação dos meniscos e
deformações principais máximas (tração) nos ligamentos, geradas pelos diversos posicionamentos,
o que permite prever os riscos que o joelho operado correrá em médio e longo prazos.
Materiais e métodos
O modelo do joelho original foi desenvolvido em computador a partir do modelo 3 D
Open-Knee Model, modelado a partir de imagens de ressonância magnética do joelho esquerdo de um cadáver
com 77 anos,[4]
[5] constituído por fêmur distal, tíbia proximal, cartilagem, meniscos íntegros, ligamentos
colaterais, ligamentos cruzados e fíbula proximal ([Fig. 1]). A inclinação tibial foi de 5∘ posterior.
Fig. 1 Modelo geométrico do joelho intacto (Open Knee Model).
Paralelamente foram desenvolvidos quatro modelos geométricos com reconstrução do LCA
(Neo-LCA), baseados nos estudos de Noronha.[5] Os quatro modelos geométricos com reconstrução do LCA (Neo-LCA) desenvolveram-se
com software de CAD (Catia, Dassault-Systèms, França) pela substituição do LCA por um enxerto
osso-tendão-osso (OTO) com uma secção transversal equivalente ao ligamento intacto.
As diferentes posições dos tuneis ósseos na tíbia e fêmur reproduziram as posições
descritas no trabalho experimental em cadáver de Noronha,[5] que demonstrou serem as posições mais próximas da isometria do ligamento cruzado
original, foi usada a mesma nomenclatura ([Fig. 2]). As designações FC e TC representam as posições centrais-naturais do LCA no fêmur
(FC) e na tíbia (TC), as designações FA e TA representam posições dos tuneis mais
anteriores relativamente às posições centrais-naturais no fêmur (FA) e na tíbia (TA),
a designação FPS representa uma posição do túnel no fêmur numa posição posterossuperior
(FPS) e a designação TAI representa uma posição do túnel na tíbia numa posição anterointerna
(TAI). Com base nas diferentes posições do tuneis ósseos na tíbia e no fêmur foram
analisadas quatro combinações de reconstrução do LCA: FC-TC, FA-TC, FC-TA e FPS-TAI
([Fig. 2]). As diferentes geometrias de cada modelo foram importadas para o software ABAQUS (6.13) (Providence, EUA), no qual foi gerada a malha de elementos finitos
([Fig. 3]) e foram feitas as simulações. O tipo de elemento, o número de elementos e nós para
cada estrutura dos diferentes modelos da articulação encontram-se na [Tabela 1]. Apesar de todo o material das diferentes estruturas da articulação apresentar um
comportamento viscoelástico, o curto tempo de aplicação da carga na articulação durante
o movimento de flexão do joelho (t = 1 segundo) aproxima o comportamento desses ao
linear elástico[6] com módulos de elasticidade (E) e coeficientes de Poisson (í)[7]
[8]
[9]
[10]
[11]
[12] detalhados na [Tabela 2]. As condições de interação-ligação entre as diferentes estruturas da articulação
procuraram aproximar-se da condição fisiológica, considerou-se que nos modelos Neo-LCA
reconstruídos com enxerto OTO esse se encontra solidário com osso da tíbia e do fêmur.
As interações entre as superfícies ósseas e as zonas de inserção dos ligamentos e
as cartilagens foram modeladas como ligações rígidas. As restantes interações entre
as diferentes estruturas foram modeladas com contato sem atrito.[6] A fixação dos cornos dos meniscos foi modelada com 10 molas (350N/mm) por corno
([Fig. 3]). Aplicaram-se nos modelos numéricos forças e momentos desenvolvidos no joelho durante
o ciclo de marcha para um indivíduo com 75kg.[13]
[14] A flexão articular resultou apenas da aplicação das forças e momento no fêmur, a
fíbula e tíbia foram fixadas na zona distal ([Fig. 3]). Foi aplicada no fêmur a força articular tíbia-fêmur (Fy), a força articular anteroposterior
patela-fêmur (Fx) e um momento de abdução-adução no plano frontal (Mx) ([Fig. 3]). A evolução das forças (Fy e Fx) e o momento (Mx) na articulação ao longo da flexão,
com a duração de um segundo, encontram-se na [Tabela 3].[13]
[14] Procedeu-se a uma análise até um ângulo de flexão de 100∘ superior aos 60∘ normalmente
desenvolvidos no ciclo de marcha. Os parâmetros analisados foram: pressão de contato
na cartilagem; translação e rotações do fêmur; translações dos meniscos nos pontos
AL, PL, AM e PM ([Fig. 3]) e deformações principais máximas (tração) nos ligamentos e Neo-LCA.
Tabela 1
|
Estratura
|
Tipo de elemento
|
Número de elementos
|
Número de nós
|
|
Femur
|
S3R
|
40628
|
20316
|
|
Tíbia
|
S3R
|
25130
|
12567
|
|
Fíbula
|
S3R
|
1528
|
766
|
|
Meniscos
|
C3D4
|
25573
|
5952
|
|
Cartilagem tibiais
|
C3D10M
|
13992
|
24782
|
|
Cartilagem femoral
|
C3D10M
|
24094
|
6405
|
|
LCA
|
C3D4
|
1601
|
510
|
|
LCP
|
C3D4
|
2381
|
721
|
|
LCM
|
C3D4
|
3847
|
1165
|
|
LCL
|
C3D4
|
2453
|
774
|
|
Neo-LCA FC-TC
|
C3D4
|
6139
|
1420
|
|
Neo-LCA FC-TA
|
C3D4
|
5633
|
1357
|
|
Neo-LCA FA-TC
|
C3D4
|
3020
|
734
|
|
Neo-LCA FPS-TAI
|
C3D4
|
5496
|
1374
|
Tabela 2
|
Material
|
Referência
|
Módulo de Young (MPa)
|
Coeficiente de Poisson
|
|
Osso
|
[7]
|
17000
|
0,36
|
|
Cartilagem
|
[6]
|
15
|
0,45
|
|
Menisco
|
[8]
|
59
|
0,45
|
|
LCA
|
[9]
|
280
|
0,42
|
|
LCP
|
[10]
|
300
|
0,42
|
|
LCM
|
[11]
|
372
|
0,42
|
|
LCL
|
[10]
|
332
|
0,42
|
|
Neo-LCA
|
[12]
|
320
|
0,42
|
Tabela 3
|
Ângulo de flexão
|
Fy (N)
|
Fx (N)
|
Mx (Nm)
|
|
0∘
|
0
|
0
|
0
|
|
10∘
|
950
|
300
|
7,5
|
|
20∘
|
1520
|
480
|
15
|
|
30∘
|
1330
|
420
|
10,5
|
|
40∘
|
1520
|
480
|
12
|
|
50∘
|
1900
|
600
|
13,5
|
|
60∘
|
950
|
300
|
6
|
|
70∘
|
760
|
240
|
4,5
|
|
80∘
|
570
|
180
|
4,5
|
|
90∘
|
570
|
180
|
4,5
|
|
100∘
|
570
|
180
|
4,5
|
Fig. 2 Posição dos túneis ósseos na tíbia e no fêmur analisados. FC-TC, fêmur e tíbia centrais;
FA-TC, fêmur anterior e tíbia central; FC-TA, fêmur central e tíbia anterior; FPS-TAI,
fêmur posterossuperior e tíbia posição anterointerna.
Fig. 3 A, modelo de elemento finitos do joelho (vista posterior); B, representação esquemática
das forças e do momento aplicados à articulação; C, localização dos pontos AL, PL,
AM, PM onde foram medidos os deslocamentos dos meniscos.
Resultados
As pressões de contato máximas nas cartilagens femoral e tibial são apresentadas na
[Fig. 4] para o modelo intacto (sem reconstrução do LCA) e os modelos com Neo-LCA na flexão
até 60∘ (ciclo de marcha). O valor mais elevado de pressão de contato ocorre no modelo
intacto na cartilagem tibial medial (12 MPa). O modelo Neo-LCA FPS-TAI foi o que mais
se afastou dos valores médios de pressão do modelo intacto e restantes modelos Neo-LCA,
apresentou valores 25% mais baixos do que o modelo intacto. As rotações máximas do
fêmur no plano transverso (rotação interna) e frontal são apresentadas na [Fig. 5]. O modelo FA-TC foi aquele que apresentou os menores valores de rotação em ambos
os planos com um valor médio 50% inferior aos restantes modelos para a uma flexão
até 60∘. Já no intervalo de flexão dos 70∘ a 100∘ apresentou valores nominais de rotação
máxima no sentido inverso aos restantes modelos. Relativamente à translação posterior
do fêmur (rollback) na flexão até aos 60∘ ([Fig. 6A]), todos os modelos analisados apresentaram valores idênticos em torno dos 16 mm.
Os movimentos nos pontos anteriores (AL e AM) e posteriores (PL e PM) dos meniscos
([Fig. 6B]) apresentaram valores distintos entre os modelos analisados. O modelo Neo-LCA FA-TC
apresentou os valores mais baixos de translação posterior com um valor 30% inferior
ao modelo intacto. Já o modelo Neo-LCA FPS-TAI apresentou os valores mais elevados
com valores de translação 12 e 30% superiores ao modelo intacto. As deformações nos
diferentes ligamentos da articulação são apresentadas na [Fig. 7]. Até os 60∘ de flexão (ciclo de marcha) os ligamentos cruzados posterior e anterior
apresentaram comportamentos mais distintos entre os modelos Neo-LCA. No ligamento
cruzado posterior o modelo FA-TC apresentou valores de deformação 40% inferiores ao
modelo intacto, os modelos Neo-LCA FC-TC e FPS-TAI apresentaram 30% superiores. No
ligamento cruzado anterior o modelo Neo-LCA FA-TC apresentou um valor de deformação
100% superior ao modelo intacto, enquanto o modelo FPS-TAI apresentou um valor 30%
inferior. No complemento de flexão entre o 70∘ e 100∘ o modelo Neo-LCA FA-TC apresentou
valores de deformação duas a três vezes superiores ao modelo intacto, enquanto o modelo
FPS-TAI apresentou valores de deformação três vezes inferiores.
Fig. 4 A, gradientes de pressão de contato na cartilagem femoral e tibial; B, máxima pressão
de contato nas cartilagens femoral e tibial (flexão 0-60∘).
Fig. 5 Rotações máximas no plano transverso e plano frontal do fêmur durante o movimento
durante o movimento de flexão até 60∘.
Fig. 6 A, translação posterior do fêmur na flexão até 60∘; B, translação posterior dos meniscos
nos pontos AM, PM, AL e PL (Fig. 3) na flexão até 60∘.
Fig. 7 Deformação principal máxima (tração) nos ligamentos e neoligamento LCA do joelho
na flexão até 60∘ e na flexão de 70∘ a 100∘.
Discussão
Optou-se por considerar apenas um joelho com meniscos intactos, cartilagem normal,
eixo mecânico de 180∘ e inclinação tibial de 5∘, estudaram-se apenas as variações
da cinemática e pressão articular introduzidas pelos diferentes túneis ósseos considerados.
Introduzir mais variáveis significaria maior ruído e maior dificuldade de interpretação,
para os objetivos do trabalho. Os gradientes de pressão de contato na cartilagem exibida
pelo modelo intacto (LCA natural) seguem de perto a normal distribuição assimétrica
de carga no joelho natural, resultam em pressões de contato na cartilagem tibial medial
superiores em cerca de 30-40% aos observados no lado lateral ao longo da flexão no
ciclo de marcha.[14]
[15] Igualmente os resultados cinemáticos do modelo intacto obtidos para as rotações
e translação posterior do fêmur (rollback), assim como os movimentos posteriores dos meniscos durante a flexão, apresentam
resultados na gama de valores obtidos no joelho natural.[2]
[16]
[17]
[18] Essa capacidade de o modelo intacto se aproximar do comportamento do joelho natural
em termos de repartição de carga e cinemática do fêmur e dos meniscos durante o movimento
de flexão mostra a validade desse modelo para o estudo comparativo da reconstrução
do LCA, objeto principal do presente trabalho. Na comparação da pressão de contato
na cartilagem tibial dos diferentes modelos com reconstrução do LCA (Neo-LCA) verifica-se
que os todos os modelos apresentaram valores de pico dentro da gama fisiológica com
valores entre os 8,2 e 12 Mpa.[15] No entanto, o modelo FPS-TAI foi aquele que mais se afastou do comportamento do
modelo intacto e da normal distribuição de carga na articulação, já que apresentou
valores mais elevados de pressão na cartilagem tibial lateral do que na medial. Aparentemente
a combinação do posicionamento do túnel femoral numa posição posterossuperior e posição
anterointerna do túnel tibial altera a repartição de carga na articulação de forma
mais significativa. Relativamente às rotações máximas no fêmur verifica-se que o modelo
de reconstrução FA-TC, com um túnel femoral numa posição mais anterior e túnel tibial
na posição central-natural, foi o que apresentou os menores valores de rotação no
plano transverso do fêmur (rotação interna) e de rotação no plano frontal até os 60∘
de flexão, com valores 40% inferiores ao modelo intacto e restantes modelos Neo-LCA.
Esse mesmo modelo FA-TC apresentou valores de pico de rotação de sentido oposto aos
restantes modelos quando da flexão entre os 70∘ e os 100∘, indicou que a posição mais
anterior do túnel femoral (FA) altera de forma mais significativa a cinemática de
rotação do fêmur nessa gama de flexão da articulação. Relativamente à translação posterior
do fêmur durante a flexão, todos os modelos de reconstrução Neo-LCA apresentaram valores
idênticos ao modelo intacto, aparentemente as diferentes localizações do tuneis femorais
e tibiais não alteram o efeito de rollback do fêmur na gama de flexão do ciclo de marcha. Relativamente ao movimento dos meniscos
nas suas regiões anteriores e posteriores, os modelos de reconstrução Neo-LCA que
apresentaram valores mais distintos do modelo intacto foram o FPS-TAI, que apresentou
uma tendência para um maior deslocamento posterior de ambos os meniscos, e o FA-TC,
que exibiu o menor deslocamento dos meniscos de todos os modelos analisados. Nesse
caso, o afastamento dos túneis das suas posições centrais-natural no fêmur quer no
sentido anterior (FA) quer no sentido posterior (FPS) aparenta ter a maior influência
sobre a mobilidade dos meniscos. Relativamente ao estado de deformação da tração dos
ligamentos e Neo-LCA, até 60∘ de flexão (ciclo de marcha), verifica-se que os modelos
FA-TC e FPS-TAI foram os que apresentaram valores de deformação mais diferentes do
modelo intacto, as maiores diferenças foram registadas nos ligamentos cruzados. O
modelo com o túnel femoral mais anterior FA-TC apresentou a mais baixa deformação
no ligamento cruzado posterior. Já o modelo com túnel femoral em posição mais posterior
FPS-TAI apresentou o menor valor de deformação no Neo-LCA de todos os modelos analisados,
enquanto o modelo com o túnel femoral mais anterior FA-TC apresentou os valores de
deformação mais elevados, o dobro do modelo intacto. Confirma-se assim que o posicionamento
dos túneis ósseos quando da reconstrução do LCA afeta quer a distribuição de carga
na articulação quer a cinemática das suas estruturas. Os modelos de reconstrução Neo-LCA
que de uma maneira geral mais se aproximaram do comportamento estrutural e cinemático
do modelo intacto foram os modelos com os túneis femorais na posição mais central-natural
da articulação, ou seja FC-TC e FC-TA. Pois ambos os modelos com posições do túnel
femoral mais afastadas da posição central quer no sentido anterior FA-TC quer no sentido
posterior FPS-TAI apresentaram os comportamentos mais distintos do modelo intacto
para a maioria dos parâmetros analisados.
Em concordância com o reportado na literatura,[19] o posicionamento do túnel femoral tem importância na mobilidade articular e no resultado
clínico final. Mas sabemos que após a reconstrução do LCA ainda existe a possibilidade
de desenvolvimento de artrose, mesmo sem meniscectomia associada à reconstrução. Em
longo prazo, 10 anos, esse desenvolvimento está associado à perda de extensão completa
e da mobilidade articular.[20] Com 20 anos de seguimento os fatores de risco descritos de desenvolvimento de artrose
foram a perda da extensão completa, a meniscectomia (medial ou lateral), a doenc¸a
da cartilagem e o envelhecimento do paciente.[21] O presente trabalho mostra que após a reconstrução do LCA não existe um retorno
ao estado biomecânico anterior à rotura do LCA e que ao posicionar o túnel femoral
mais posteriormente o cirurgião contribui para uma alteração da carga exercida no
nível da cartilagem de cerca de 25% relativamente ao joelho sem rotura do LCA, o que
pode em médio/longo prazo ocasionar alterações degenerativas da cartilagem. Esses
dados experimentais obrigam-nos a refletir e tentar encontrar uma posição do túnel
femoral que não altere de forma significativa a pressão na cartilagem, mas permita
uma boa estabilidade do joelho após reconstrução do LCA.
Existem limitações associadas ao presente estudo. Uma delas está relacionada com a
simplificação do estado de carga na articulação. No entanto foram consideradas as
forças mais preponderantes na articulação durante o ciclo de marcha. Também o comportamento
viscoelástico das diferentes estruturas não foi considerado. No entanto, devido ao
curto tempo da aplicação das forças (t = 1 s) é aceitável considerar um comportamento
elástico dessas estruturas. Ainda todas as estruturas foram consideradas homogêneas,
situação distinta da real. No entanto, devido à natureza comparativa do estudo, em
que apenas o posicionamento dos túneis ósseos foi distinto entre os modelos, presume-se
que essa simplificação não altera os resultados relativos entre os diferentes modelos.
Conclusão
O presente estudo ilustra que o comportamento estrutural e cinético das estruturas
articulares do joelho com plastia do LCA varia com a escolha da posição dos túneis
ósseos. A melhor posição parece ser a central, isto é, anatômica. A localização do
túnel femoral mais distante da posição central-neutral é mais predisponente a um comportamento
estrutural e cinemático mais díspar com alteração da carga na cartilagem, pode ser
causa de desenvolvimento de artrose em longo prazo.