Introdução: Alterações degenerativas da coluna cervical frequentemente envolvem hérnias discais,
estenoses do canal vertebral ou do forâmen neural. A compressão das raízes nervosas
na emergência do forâmen neural pode causar radiculopatia cervical, sendo esta indicação
para a cirurgia em casos de déficits motores significativos ou dor neuropática refratária.
Já a redução do espaço do canal vertebral cervical decorrente de hérnias, osteófitos
ou espessamentos ligamentares pode resultar em compressão da medula espinhal e mielopatia
cervical. A história natural desta é tipicamente caracterizada por deterioração episódica,
de modo que a descompressão cirúrgica é indicada em casos de sinais mielopáticos claros.
A microdiscectomia ou corpectomia anterior com fusão, a laminectomia, a laminectomia
com fusão posterior e laminoplastia são os procedimentos mais comumente realizados
para espondilose cervical degenerativa. O equilíbrio sagital cervical foi recentemente
estudado como um importante preditor de resultados clínicos e radiológicos. Os dados
presentes na literatura são ainda insuficientes para análise destes procedimentos
usando os parâmetros alinhamento sagital cervical recém-projetados como o T1 slope
e a diferença de T1 slope o ângulo cervical.
Objetivo: O objetivo deste trabalho é analisar comparativamente o desfecho dos pacientes submetidos
aos diferentes procedimentos cirúrgicos possíveis para tratamento da espondilólise
cervical e sua relação com o equilíbrio sagital cervical.
Metodologia: Coletamos retrospectivamente dados de pacientes com espondilólise cervical que foram
submetidos a algum dos quatro tipos de procedimentos cirúrgicos descritos acima de
janeiro de 2013 a dezembro de 2017. Os parâmetros do incluiram o ângulo cervical,
alinhamento sagital vertical, T1 slope e a diferença entre o T1 slope e o ângulo cervical.
Os resultados clínicos foram avaliados usando o Neck Disability Index (NDI), o RR-JOA
(recovery rate based on mJOA score), índice de complicações e de necessidade de nova
cirurgia cervical.
Conclusão: Encontramos diferenças significativas entre os diferentes grupos quanto ao equilíbrio
sagital cervical pós-operatório, podendo estas diferenças se relacionarem aos desfechos
clínicos dos pacientes a longo prazo.