Forma de Apresentação: e-Pôster
Objetivo: No Brasil, excetuando-se os cânceres de pele não melanoma, o câncer colorretal é
o terceiro câncer mais prevalente no sexo masculino e o segundo mais prevalente no
sexo feminino, (INCA, 2020). A incidência aumenta com a idade e, no Brasil, varia
entre as regiões, sendo maior naquelas mais desenvolvidas e industrializadas, o que
está relacionado com a exposição aos fatores de risco e rastreamento (SOUZA et al.,
2014). Tendo isso em vista, o objetivo deste estudo é analisar o perfil epidemiológico
do câncer de cólon no Brasil de 2017 a 2020.
Método: Estudo epidemiológico, quantitativo e descritivo com base em dados do Departamento
de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) de 2017 a 2020. As fontes
utilizadas foram o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), através do Boletim de
Produção Ambulatorial Individualizado (BPA-I) e da Autorização de Procedimento de
Alta Complexidade; Sistema de Informação Hospitalar (SIH); Sistema de Informações
de Câncer (SISCAN).
Resultados: De acordo com o banco de dados DATASUS, em 2017, 8.961 pessoas foram diagnosticadas
com câncer de cólon, em que 4.369 (48%) eram homens e 4.592 (52%) eram mulheres. Já
em 2020 foram notificados 20.115 novos casos dessa neoplasia, sendo que esses números
foram de 9.866 (49%) em homens e 10.249 (51%) em mulheres. Portanto, nota-se que houve
um aumento de 124% na notificação do câncer de cólon. Em 2017, Norte e Nordeste obtiveram
as menores taxas de casos em relação às populações estimadas dessas regiões, com uma
taxa de 1 e 2,5 casos por 100.000 habitantes, respectivamente. No ano de 2020 essas
mesmas regiões registraram, respectivamente, 2,7 e 5 casos por 100.000 habitantes.
A região Sudeste, em 2017, foi a que apresentou o maior número de casos, com um registro
de 5 casos por 100.000 habitantes. Já no ano de 2020, esse número aumentou para 11
casos por 100.000 habitantes. A taxa de mortalidade devido ao câncer de cólon em 2017
era de 8,07 (8,51 em mulheres e 7,63 em homens), sendo registrado, em 2020, uma taxa
de 8,15 (8,56 no sexo feminino e 7,73 no sexo masculino). Em 2017, excluindo-se os
dados que foram ignorados e os não aplicáveis, 3,3% dos diagnósticos foram feitos
em estadiamento 0, enquanto 43,45% em estadiamento IV. Em 2020 essas taxas ainda foram
de 1,9% e 45%, respectivamente. Em 2017, 56,7% dos diagnósticos foram feitos entre
55 a 74 anos, enquanto em 2020, 52,4% dos diagnósticos foram feitos entre 55 a 74
anos.
Conclusões: A prevalência do câncer de cólon no Brasil tem apresentado uma tendência de alta
no decorrer dos anos, o que justifica a importância de se fortalecer as medidas de
prevenção dessa patologia. Além disso, foi possível concluir que o diagnóstico continua
sendo feito tardiamente, quando a doença já se encontra avançada. Portanto, tendo
em vista a epidemiologia da neoplasia em questão, deve ser considerado a realização
do rastreamento e do diagnóstico precoce na população. Nessa perspectiva, será possível
reduzir as taxas de incidência e mortalidade dessa neoplasia.