Forma de Apresentação: e-Pôster
Objetivo: Apresentar um caso raro de adenocarcinoma de apêndice cecal incidental
Método: MPIC, 46 anos, sexo feminino, hígida, foi submetida a laparoscopia exploradora eletida
devido a endometriose e durante o procedimento, notou-se apêndice cecal com alteração
na coloração e discretamente espessado e optado por realizar apendicectomia no mesmo
tempo cirúrgico, podendo tratar-se de um foco de endometriose. O anatomopatológico
evidenciou adenocarcinoma de células caliciformes do apêndice cecal, localizado nos
terços médio e distal de aproximadamente 1,6cm, acometendo submucosa, camada muscular
própria e atinge, focalmente, a subserosa apendicular. Neoplasia mista, composta por
células endócrinas e células não endócrinas mucinosas. Grau 1 histológico (> 75% de
padrão baixo grau). Margens cirúrgicas livres. Estadiamento anatomopatológico pT3.
Imunohistoquímica compatível com adenocarcinoma de células caliciformes do apêndice
cecal. Antígeno Ki-67 positivo em 5% a 10% das células em “hot spots”. Cromogranina
A, CDX-2 positivo, Citoqueratina 18, sinaptofisina, CK20, MUC-2 positivo focal. Frente
aos achados, optado por realizar hemicolectomia direita laparoscópica com linfadenectomia
retroperitoneal e o anatomopatológico evidenciou segmento íleo-cólico livre de comprometimento
neoplásico e linfonodos livres de neoplasia (00/36). A paciente foi submetida a estadiamento
com PET-CT sem alterações e optado em conjunto com a oncologia a exames de imagem
anuais sem necessidade de terapia adjuvante.
Resultados: Após dois anos da cirurgia, paciente realizou exames de imagem de rotina que evidenciou
lesão sólido cística em cauda pancreática, realizada punção guiada por ecoendoscopia
que sugeriu tratar-se de um uma neoplasia sólida pseudo-papilar. Realizada pancreatectomia
esquerda, esplenectomia e linfadenectomia robótica e o anatomopatológico confirmou
neoplasia sólida pseudo-papilar do pâncreas e linfonodos livres de neoplasia. No momento
paciente encontra-se em boa evolução pós operatória em acompanhamento ambulatorial,
sem necessidade de terapia adjuvante.
Conclusões: A neoplasia maligna do apêndice cecal é uma doença rara e o diagnóstico pré-operatório
muitas vezes não é realizado. Os tumores diagnosticados pelo exame anatomopatológico
de uma apendicectomia devem ser submetidos a uma hemicolectomia direita com linfadenectomia,
independente do tamanho da lesão. Não foram encontrados dados na literatura relacionando
este tipo de neoplasia do apêndice cecal com a neoplasia pancreática.