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Apresentação do Caso Paciente de 58 anos, do sexo feminino, que iniciou sangramento anal em dezembro de
2021. Ela foi submetida a uma colonoscopia, na qual se observou lesão no reto, cuja
biópsia confirmou adenocarcinoma de reto baixo. A paciente foi estadiada na primeira
ressonância magnética: rmT4N+, sem linfonodos acometidos. Realizou-se quimiorradioterapia,
e a remissão da doença se deu em maio de 2022. A paciente evoluiu com lesão anal invasiva
na parede posterior da uretra, aumento do nível de CEA de 1,1 para 7,3, e linfonodo
inguinal em PET-CT. Foram realizados amputação abdominoperineal, reconstrução vaginal
com transposição de retalho fasciocutâneo de glúteo e esvaziamento linfonodal inguinal
assistido por robótica em novembro de 2022. O exame anatomopatológico da peça evidenciou
estádio pT4N1a com metástase em linfonodo inguinal direito. A paciente segue em acompanhamento.
Discussão O manejo do câncer de reto com metástase de linfonodo inguinal é um desafio. Quimiorradioterapia
neoadjuvante seguida da excisão total do mesorreto e linfadenectomia pélvica lateral
é um dos tratamentos com melhores taxas de sobrevida global e livre da doença; porém,
a dissecção linfonodal pode ter impactos na qualidade de vida. A linfadenectomia aberta
é o tratamento padrão para metástase inguinal, a despeito das complicações pós-operatórias.
O emprego de técnicas minimamente invasivas tem reduzido a morbidade e a incidência
de linfadenopatias relacionadas ao procedimento. A fim de minimizá-las e de manter
os resultados oncológicos, outras técnicas cirúrgicas foram propostas, como linfonodo
sentinela e a preservação da veia safena, com pequeno impacto na redução da morbidade
pós-cirúrgica. A cirurgia robótica, em ascensão, tem mostrado eficácia oncológica
não inferior à das técnicas tradicionais. Suas principais vantagens são ergonomia,
visão tridimensional, ampliação do campo de visão e amplitude de movimento de 360º,
o que possibilita maior precisão e destreza de movimentos ao cirurgião. Quando comparada
à linfadenectomia convencional, a literatura mostra menores índices de linfocele,
linfedema, seroma, abscesso, sepse, infecção e necrose da ferida, mantendo um número
semelhante de linfonodos dissecados.
Comentários Finais A via robótica gera efeitos positivos na qualidade de vida e na imagem corporal do
paciente, além de reduzir os custos totais com a assistência. As limitações para o
seu uso ainda incluem o alto custo do robô e a curva de aprendizado longa para o cirurgião.