michaela.helena1@hotmail.com
Apresentação do Caso J. L., de 78 anos, trabalhador rural, branco, hipertenso e diabético, procurou o
serviço de emergência com quadro clínico de hematoquezia havia 6 meses, associado
a dor abdominal e perda ponderal. Ele referia hábito intestinal presente e frequente,
e negava demais sintomas associados. Ao exame proctológico, observou-se lesão vegetante
hipercrômica, endurecida, dolorosa, móvel e de superfície lisa, a 3cm de borda anal,
sem sangramentos ativos. Uma ressonância magnética de pelve evidenciou espessamento
parietal irregular, que comprometia todas as camadas do reto inferior/médio, úlcero-vegetante,
que comprometia toda a circunferência, media cerca de 4,8x5,0x4,7 cm, e se iniciava
junto da junção anorretal, a cerca de 3,3cm do rebordo anal, com obliteração da gordura
circunjacente e linfonodos regionais mesorretais de até 0,7 cm. Uma tomografia de
tórax, abdome e pelve não identificou lesões à distância. A colonoscopia evidenciou
lesão vegetante no reto, realizou-se uma biópsia. O exame anatomopatológico confirmou
neoplasia maligna indiferenciada infiltrante, melanoma anorretal. O paciente foi submetido
a amputação abdominoperineal de Rrto em 28 de junho de 2023, que evidenciou lesão
exofítica, vegetante, a 3 cm da borda anal. A cirurgia se deu sem intercorrências.
Discussão O melanoma anorretal é um tumor raro e agressivo, que representa 0,05% de todos os
tumores malignos colorretais, e se originam dos melanócitos, sendo que de todos os
melanomas, o canal anal é o terceiro sítio mais frequente, após a pele e a retina.
O prognóstico é reservado e a sobrevida é de aproximadamente 5 anos, a depender do
tratamento, sendo o tratamento cirúrgico a única opção curativa.
Comentários Finais Devido à natureza agressiva do tumor, faz-se necessário o rápido diagnóstico da patologia
a fim de evitar recidivas, metástases e proporcionar ao paciente menor morbimortalidade
e maior sobrevida.