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Introdução A correlação entre parto vaginal, idade e disfunções do assoalho pélvico em pacientes
com evacuação obstruída permanece ainda controversa.
Objetivo Determinar a influência da idade, do tipo de parto e do número de partos na prevalência
de disfunções do assoalho pélvico em mulheres com evacuação obstruída.
Materiais e Métodos Ao todo, 131 mulheres com sintomas de evacuação obstruída foram avaliadas por ecodefecografia
para quantificar disfunções do assoalho pélvico e lesão esfincteriana. As pacientes
foram agrupadas por idade (≤ 50 anos e > 50 anos) e estratificadas em subgrupos por
tipo de parto e paridade para avaliar a prevalência de disfunções do assoalho pélvico.
Grupo I (≤ 50 anos): 52 pacientes, com idade média de 39,83 anos (6 nulíparas, 35
tiveram 1 ou mais partos vaginais e 11 tiveram somente 1 ou mais cesáreas). Grupo
II (> 50 anos): 79 pacientes, idade média de 62,27 anos (4 nulíparas, 69 tiveram 1
ou mais partos vaginais e 6 tiveram somente 1 ou mais cesáreas). Para avaliar a relação
entre retocele grau II ou III e sucessivos partos vaginais, as pacientes foram estratificadas
pelo número de partos vaginais.
Resultados O número de mulheres com um ou mais partos vaginais foi significativamente maior
no grupo II (> 50 anos; p = 0,0003), mas não houve diferença significativa em relação ao número de nulíparas
ou de pacientes com parto apenas por cesariana entre os grupos I e II. Retocele significante
(de graus II ou III) e lesão esfincteriana oculta foram mais prevalentes no grupo
II (p = 0,0159 e p = 0,0070, respectivamente). Os grupos não diferiram significativamente quanto ao
anismo, intussuscepção retal e cistocele (p = 0,999, p = 0,0547 e p = 0,0869, respectivamente) . Em ambos os grupos não foi visualizado nenhum caso de
entero/sigmoidocele de grau III. Ao comparar mulheres nulíparas com mulheres com parto
vaginal e mulheres com cesariana independentemente da idade, a prevalência de retocele
de graus II ou III, intussuscepção retal, cistocele e anismo foi semelhante. Não foi
encontrada correlação entre a prevalência de retocele de graus II ou III e o número
de partos vaginais. Mulheres com parto vaginal tiveram mais lesões ocultas esfincterianas
do que mulheres submetidas a cesarianas.
Conclusão A idade mais avançada influenciou na prevalência de retocele significativa e dano
esfincteriano em mulheres. No entanto, o tipo de parto e a paridade não foram correlacionados
com a prevalência de retocele significativa, intussuscepção, cistocele e anismo em
mulheres com sintomas de evacuação obstruída.