CORRELAÇÃO ENTRE IDH E A INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE ESTÔMAGO NO ESTADO DE PERNAMBUCO ENTRE 2004 E 2015

Introdução: O câncer de estômago (CE) é o segundo mais prevalente na região Nordeste do Brasil. Estimou-se 20.520 novos casos de CE para o ano de 2016 no Brasil. Muitas neoplasias estão relacionadas com o índice de desenvolvimento econômico da população, onde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) revela-se como um bom instrumento para avaliar esse indicador nas populações. Objetivo: Determinar a relação entre o IDH e a incidência do CE no Estado de Pernambuco. Materiais e Método: O estudo foi desenvolvido com dados secundários provenientes de bases de dados. Avaliou-se a incidência de CE entre o período de 2004 a 2015, correlacionando-o com o IDH. A série histórica de novos casos de CE foi consultada no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) para todas as cidades do estado de Pernambuco. O IDH das cidades e o cálculo da população foram baseados nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o mesmo período. A incidência de CE foi calculada para 10.000 habitantes (hab). As cidades foram agrupadas de acordo com o IDH alto (A), médio (M) e baixo (B). Comparou-se, através do teste t (a 5% de probabilidade), a incidência de CE em cada um dos três grupos do IDH. Resultados: Dos 185 municípios do estado de Pernambuco, 177 (96,2%) apresentaram novos casos de CE para o período estudado. A incidência média de CE para as 178 cidades estudadas foi de 3.42 casos/10.000hab. Quando as cidades foram agrupadas de acordo com o IDH e aplicado o teste t, obteve-se p<0.05, porém sem diferenças entre as médias de incidência (A=3.11 casos/10.000hab; M=3.33 casos/10.00hab; B=3.94 casos/10.000hab). Verificou-se uma correlação linear negativa entre a incidência de CE e o IDH das cidades, definida pela equação: y=--4.475×+6.3481, com R² = 0.8351, onde Y representa a incidência para 10.000hab e X o IDH da cidade. Conclusão: No estado de Pernambuco, o IDH está diretamente relacionado com casos novos de câncer de estômago. Quanto menor o IDH da cidade pernambucana maior será a tendência de novos casos de CE.