Introdução: O câncer de pênis tem uma maior prevalência em países com baixo padrão socioeconômico
e está associado à alta morbidade decorrente de seu tratamento e da própria doença.
No Brasil, os casos são menos frequentes em adultos abaixo de 30 anos e tem incidência
aumentada a partir da sexta década de vida, porém o carcinoma peniano tem-se mostrado
mais grave e agressivo em pacientes mais jovens, configurando-se uma problemática
a ser investigada. Objetivo: Verificar a prevalência e fatores associados ao estágio mais agressivo dos casos
de carcinoma escamocelular de pênis em Pernambuco. Método: Trata-se de um estudo de corte transversal e retrospectivo com pacientes diagnosticados
com câncer de pênis entre janeiro de 2011 e dezembro de 2015 em Pernambuco. Realizou-se
análise de regressão logística bivariada e multivariada e a magnitude das associações
foi expressa pelo Odds ratio (OR) como uma estimativa do risco relativo com intervalo
de confiança de 95%. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com
CAAE 61329616.0.0000.5205. Resultados: Cento e dezesseis casos de carcinoma escamocelular de pênis foram analisados e a
prevalência de agressividade tumoral foi de 21.5%. O modelo final de análise logística
multivariada demonstrou que pessoas com faixa etária menor de 65 anos, a presença
de linfonodos palpáveis na região inguinal no momento do diagnóstico e a presença
de invasão perineural identificada na análise histopatológica da lesão cirúrgica são
fatores associados independentes para uma maior agressividade da doença. Conclusão: Os resultados apontam para a necessidade de uma maior intensificação de políticas
de saúde do homem, sobretudo na população mais jovem, principal alvo de manifestações
clínicas mais agressivas do câncer de pênis.