Objetivo: O objetivo de nosso trabalho e‘registrar a primeira cirurgia citorredutora associada
à quimioterapia hipertérmica no Estado da Paraíba. Apresentação do caso: Relatamos um caso clínico de uma Paciente, feminina, 35 anos que durante parto cesariano
de sua primeira gestação, em dezembro de 2015, foi identificada com uma lesão tumoral
em cólon sigmóide e sinais de acometimento peritoneal focal. Após 3 dias do parto
cesariano, evoluiu com semi-oclusão intestinal por tumoração colônica evidenciado
em tomografia de abdome. Seguiu-se uma laparoscopia diagnóstica, que diagnosticou
grande tumoração em sigmóide associada a carcinomatose peritoneal focal em fossa iliaca
esquerda com indice de disseminação peritoneal menor que 10. Optado por Colostomia
por laparoscopia e biopsia peritoneal que confirmou acometimento por carcinoma de
cólon metastático. A imunohistoquímica confirmou provável origem em trato gastrointestinal,
com instabilidade de microssatélite de alta frequência (MIS-H) e ausência de mutações
do RAS. O PET/CT 18F-FDG confirmou uma lesão em sigmóide com extensão de 16 cm de
forma circunferêncial, sem outras captações. Diante do quadro, optamos pelo pronto
início de quimioterapia com esquema mFOLFOX6 + Bevacizumabe a cada 14 dias por 6 ciclos.
Ao término da terapia planejada, um novo PET/CT 18F-FDG demonstrou persistência de
lesão parietal circunferencial em cólon sigmóide, com extensão de 16cm, porém com
redução considerável do índice metabólico. Diante da doença estável, em Setembro de
2016, a paciente foi submetida à abordagem cirúrgica, que incluiu cirurgia citorredutora
(Retossigmoidectomia, ressecção de implantes peritoneais e linfadenectomia retroperitoneal)
associada à quimioterapia hipertérmica com Mitomicina 40mg administrada conforme esquema:
30mg tempos 0 e 10mg aos 60 minutos, com perfusão de 90 minutos à 42°C. O resultado
da abordagem cirúrgica apontava para doença em maior volume do que o identificado
nos exames de imagem com presença de infiltração neoplásica na parede intestinal com
extensão à superfície serosa. Segmento de epíplon infiltrado por adenocarcinoma. Linfonodos
perirretais acometidos (5/12). Ovário e tuba esquerdos com metástase de adenocarcinoma
em anel de sinete. ypT3 ypN2a ypM1b Atualmente a paciente encontra-se assintomática,
clinicamente bem, e realizou PET/CT 18F-FDG em junho de 2017 cuja conclusão foi negativo
para tumor viável.