Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 40 anos, apresentava dor em região epigástrica que irradiava
para dorso há cerca de 1 ano. Em ressonância magnética de abdome foi evidenciada lesão
cística e sólida em colo pancreático de 3,3 × 2,1 cm, achado esse compatível com neoplasia.
A paciente foi encaminhada para excisão cirúrgica da lesão, foi feita uma gastroduodenopancreatectomia
por videolaparoscopia com ressecção completa da tumoração. Evoluiu de forma satisfatória
e sem complicações no pós-operatório. Posteriormente, o resultado do anátomo patológico
em associação a perfil imuno-histoquímico evidenciou glomangiomioma de pâncreas. Discussão: O tumor glómico faz parte dos tumores vasculares de evolução benigna, é derivado
de anastomoses arteriovenosas especializadas, responsáveis pela termorregulação. São
classificados histopatologicamente em tumor glômico sólido propriamente dito, glomangioma
e glomangiomioma. Tem em sua formação componentes neurológico, muscular e arterial.
São comumente localizados no tecido subcutâneo, com prevalência nos dedos das mãos
e dos pés, em subungueal e zona do calcanhar. Acomete principalmente mulheres entre
a quarta e quinta década de vida. A dor lancinante paroxística é o sintoma mais característico,
descrito por Pierre Masson em 1924, também pode ter como sintoma a maior sensibilidade
à pressão e ao frio principalmente quando localizado em extremidades. Comentários finais: O glomangiomioma é extremamente raro como neoplasia primária de pâncreas. Devido
a sua raridade o diagnóstico pode passar despercebido levando os pacientes a apresentarem
os sintomas por meses e até anos. O tratamento para essa enfermidade é cirúrgico e
consiste na retirada do tumor. O prognóstico do glomangiomioma está diretamente relacionado
a suspeição clínica correta.