Introdução: O melanoma cutâneo (MC) é uma neoplasia maligna de pele que origina-se a partir da
proliferação anormal das células melanocíticas da derme. Apesar de ser o tumor de
pele menos comum, é considerado o mais agressivo, principalmente pela sua capacidade
de invasão, disseminação para a cadeia linfono-dal regional e metástases à distância.
A estimativa da incidência dessa neoplasia no Brasil no ano de 2017 é de 5.582 casos,
sendo a maioria na região sul. Objetivo: Descrever o perfil clínico-epidemiológico de pacientes com MC na região oeste de
Santa Catarina. Método: Estudo descritivo, transversal, que incluiu pacientes com MC diagnosticados entre
os anos de 2010 e 2016, no centro de referência para diagnóstico e tratamento de câncer
no oeste de Santa Catarina. Resultados: Nesse período foram atendidos 641 pacientes. Durante o período foi observada uma
prevalência de 73,3:100.000 habitantes e uma média de 91,5 casos por ano. Os pacientes,
na maioria fototipos I e II (92,7%), tiveram ou ainda tem profissão com elevada exposição
solar (77, 5%). A idade média foi 54,1 anos (DP=14,5 anos), sendo a maioria mulheres
(59, 4%). A localização mais comum da lesão primária no sexo feminino foi nos membros
(45, 3%) enquanto no masculino no tronco (49, 4%). Os tipos mais comums de MC foram:
extensivo superficial (73,4%), nodular (15, 2%) e lentigo maligno (3,7%). A mediana
da produndidade da lesão foi de 1 mm e a maioria dos casos foram classificados como
Clark 3 (33,3%). A pesquisa de linfonodo sentinela ocorreu em 52,2% dos pacientes,
sendo que em 16, 3% havia lesão metastática. A maioria dos pacientes possuíam lesões
em estágios I e II (64,7%) no momento do diagnóstico, enquanto 6, 2% tinham metástases
à distância (estágio IV). Conclusão: A região oeste de Santa Catarina apresenta alta prevalência de MC, semelhante a apresentada
por países europeus e Oceania. A incidência em 2016 aumentou em 37% em relação a 2010,
contudo a maioria dos diagnósticos ocorreram em estágios clínicos iniciais.