Introdução: O câncer gástrico é uma das neoplasias malignas mais comuns e apresenta alta mortalidade,
sendo considerado a segunda causa de morte por câncer mundialmente. O tratamento considerado
padrão ouro é a gastrectomia com linfadenectomia D2. As técnicas minimamente invasivas
vem sido utilizadas em substituição às gastrectomias por laparotomia, devido a importantes
benefícios como redução da morbimortalidade, recuperação pós operatória mais rápida.
A gastrectomia robótica reduz a perda sanguínea intraope-ratória pois a plataforma
robótica permite a eliminação do tremor e pinças com movimentos semelhantes a mão
humana, facilitando a precisão da linfadenectomia em locais com alto potencial de
sangramento (tronco celíaco, artérias gástrica esquerda e hepatica). Objetivo: apresentar um caso de uma paciente jovem submetida a quimioterapia neoadjuvante e
submetida a gastrectomia total com linfadenectomia D2 robótica. Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 34 anos, com queixa de dispepsia e epigastralgia há 20
dias sem melhora com uso de IBP. Endoscopia digestive alta evidenciou lesão ulcerada
profunda, medindo até 40 mm em região subcárdica e parede posterior do corpo alto
do estômago. Biópsia demonstrou tartar-se de um adenocarcinoma gástrico de células
pouco coesas. Imunohistoquímica: escore 1+ (Negativo) para produto do oncogene HER2.
Realizado estadiamento e não foi encontrado lesões secundárias. Paciente foi submetida
a quimioterapia neoadjuvante “FLOT” (fluorouracil, leucovorin, oxaliplatina, docetaxel).
Foi submetida a gastrectomia total com linfadenectomia D2 robótica com reconstrução
em Y de Roux. O anatomopatológico evidenciou adenocarcinoma gástrico residual viável
em cerca de 10% da área tumoral e 31 linfonodos ressecados, livres de neoplasia. Paciente
evoluiu sem intercor-rências, e recebeu alta hospitalar no sétimo pós operatório,
com dieta líquida. No momento encontra-se sem sinais de recidiva da doença, em acompanhamento
ambulatorial. Conclusão: A gastrectomia robótica com linfadenectomia D2 para neoplasia gástrica é viável e
permite ressecção R0 e linfadenectomia oncológica adequada, com baixa morbimortalidade
perioperatória, menos dor e menor tempo de internação hospitalar quando realizada
por cirurgiões com experiência em cirurgia minimamente invasiva e robótica.