Objetivos: Relatar um caso de tratamento de uma paciente com carcinoma anaplásico irressecável
de tireoide e avaliar suas características de acordo com o descrito na literatura
médica. Métodos: A. R. S., paciente atendida no Hospital Araujo Jorge/Goiás, com descrição dos dados
epidemiológicos, exames complementares e do tratamento oncológico instituído. Este
se propõe a apresentar uma pesquisa bibliográfica, objetivando analisar as terapias
usadas no tratamento da neoplasia. Resultados: Paciente feminino, 58 anos, com bócio volumoso há 5 meses, dispnéia moderada e disfagia
parcial. A ultrassonografia de tireóide de novembro de 2015 demonstrava um nódulo
em lobo esquerdo de 3cm em seu maior eixo, outro em istmo de 1,14cm e um volume tireoideano
de 25,8cm³. Foi realizado traqueostomia descompressiva e biópsia cirúrgica aberta,
cujo anatomopatológico mostrou neoplasia maligna indiferenciada compatível com carcinoma
anaplásico de tireóide. Para estadiamento, foram solicitadas tomografia computadorizada
do tórax: lesões líticas em esqueleto torácico e linfonodomegalia mediastinal; tomografia
de pescoço: lesão infiltrativa na porção infraglótica da traquéia. Devido à irressecabilidade
do tumor, foi proposto tratamento com quimio/radioteria exclusivo. O tratamento radioterápico
(RT) planejado foi de 60Gy, em 30 frações com a técnica RT 3D. Após 40Gy, a paciente
evoluiu com melhora parcial da dispnéia, sem a necessidade de oxigenioterapia, porém
veio à óbito em abril de 2016. Revisão literária: O câncer anaplásico de tireóide
tem incidência anual de 1 – 2 pessoas/milhão. É mais comum em mulheres idosas e associa-se
a uma história de bócio ou câncer de tireóide diferenciado, com rápida velocidade
de progressão e extremamente agressivo, com invasão de estruturas adjacentes. O tratamento
é cirúrgico com tireoidectomia total (quando possível), ou com apenas traqueostomia,
para diagnóstico histológico e descompressão. A radioterapia é indicada em irressecabilidade.
A dose requerida para o controle local é de 70 Gy para a doença macroscópica, irradiando
a região cervical e mediastinal. A sobrevida média é de 6 meses. Conclusão: Na maioria dos casos, a neoplasia já se apresenta irressecável ao diagnóstico, e
as medidas terapêuticas são paliativas. A RT pode proporcionar alívio dos sintomas
compressivos, mas não confere a cura. No entanto, em alguns casos, ela poderá prolongar
a sobrevida. Trata-se de uma patologia desafiadora por ser diagnosticada numa fase
avançada.