A radioterapia e a cirurgia, tornaram-se as modalidades terapêuticas mais usadas e
com maior sucesso dos tratamentos para o câncer. Para melhorar a eficácia e aumentar
as chances de cura dos pacientes, a radioterapia vem sendo aprimorada. Mesmo com avanços
tecnológicos, muita coisa ainda deve ser feita para que haja sucesso no tratamento,
principalmente em relação a segurança. Durante a última década, foi desenvolvida uma
maior consciência dos riscos no tratamento médico, especialmente os riscos que podem
ser minimizados ou evitados (KOHN, 2000). Após muitas abordagens para debater a melhora
da segurança do paciente e a qualidade do tratamento, foi reconhecido que a aprendizagem
com os incidentes é um papel fundamental, sendo assim foi iniciado um estudo em junho
de 2010 pela American Association of Physicists in Medicine (AAPM) para promover o
desenvolvimento e a utilização de sistemas de aprendizagem em incidentes em radioterapia.
Atualmente existem ferramentas que auxiliam na gestão de qualidade e aprendizagem
de incidentes e quase acidentes na Europa e Estados Unidos: ROSIS, SAFRON, RO-ILS
e PRISMA. No Brasil ainda não foram realizados estudos sobre este tipo de tema na
radioterapia, foi enxergada a necessidade da criação de um sistema de aprendizado
sobre incidentes, a fim de promover melhorias no atendimento, eficácia no tratamento
e proporcionar também o aprimoramento dos profissionais, o que já contribuiria diretamente
para diminuição dos incidentes. Desta forma, entende-se que a formulação de um sistema
de coleta de dados, que se encaixe na realidade e características dos serviços de
Radioterapia, poderá apontar as principais questões que muitas das vezes passam despercebidas,
mas somadas a fatores diversos, podem causar incidentes. Objetivo: Mostrar essas atuais ferramentas e seus resultados, mostrando como podemos criar
no Brasil um Sistema Padronizado de Incidentes em Radioterapia (SPIRad) institucional
e protocolos voltados para nossa realidade.