CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672855
E-Poster – Oncology
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Linfomas cerebrais: experiência de 18 casos em 5 anos de jovem instituição

Lucas Caldeira Michieletto
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Pedro Góes
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Paulo Zanin
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Maurício Mansur Zogbi
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Vinicius Zogbi
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Daniel Cavalcanti
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Leila Chimelli
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Paulo José Mata Pereira
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Paulo Niemeyer Filho
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Fernando Antônio Wanderley Nobre
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
› Author Affiliations
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: O linfoma cerebral é um raro linfoma não Hodgkin, que envolve o cérebro principalmente ou após o envolvimento sistêmico. Devido à sua natureza infiltrativa e à sua sensibilidade à radioterapia e quimioterapia, a remoção cirúrgica tem um papel limitado no seu tratamento e apenas uma biópsia é necessária para confirmar o diagnóstico.

    Materiais e métodos: Foram avaliados retrospectivamente 18 casos nos quais os linfomas cerebrais foram confirmados patologicamente durante o período de 5 anos. Avaliamos aspectos epidemiológicos, clínicos, radiológicos, além da evolução dos pacientes durante o acompanhamento.

    Resultados: A razão entre homens e mulheres foi de 7:11 e a idade média foi de 57,4 anos (variando entre 25 e 77 anos). Como razão de imunossupressão relacionada ao desenvolvimento da lesão, 2 (11%) pacientes tinham diagnóstico de AIDS, 2 (11%) eram usuários crônicos de corticoide, 6 (33%) eram diabéticos, 1 (5,5%) era etilista crônico e 7 (39%) eram idosos. Nenhum dos pacientes tinha histórico de transplantes. O quadro clínico foi de hipertensão intracraniana (61%), alteração psiquiátrica (50%), crise convulsiva (27,7%), déficit focal (55,5%), cefaleia (88,8%), vertigem (77,7%), paralisia facial (16,6%), febre indeterminada (5,5%), sintomas visuais (33%), perda de peso (22,2%), linfoadenomegalia (5,5%), afasia motora (5,5%) e anosmia (5,5%). Em 50% dos casos a manifestação clínica que levou ao diagnóstico teve curso agudo, enquanto nos demais 50% a evolução dos sintomas foi crônica. A localização das lesões foi de 5 (27,7%) em região parietal, 6 (33,3%) em região frontal (sendo 1 caso com extensão para goteira olfatória), 2 (11,1 %) em região frontoparietal (sendo 1 caso com extensão para região temporal também), 1 (5,5%) em região parafalcínea, 1 (5,5%) em região talâmica, 1 (5,5%) em região cerebelar, 1 (5,5%) em base cerebral e 1 (5,5%) em região temporal. O seguimento médio foi de 14,7 meses. Neste período, 2 (11%) pacientes foram a óbito.

    Conclusão: O linfoma cerebral apresenta grande diversidade de apresentação clínica a depender da localização e do estado geral do paciente acometido. Alterações não focais como cefaleia, vertigem e sinais clínicos de hipertensão intracraniana foram as manifestações mais frequentes.


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