Experiência com cavernomas do tronco encefálico – série de 14 casos de única instituição

Introdução: Nós revisamos retrospectivamente experiência com 14 casos de cavernomas de tronco encefálico submetidos a cirurgia em nosso hospital entre 2014 e 2018, com o objetivo de avaliar padrão epidemiológico, apresentação clínica, características radiológicas, assim como vias de acesso de escolha e resultados pós-operatórios.

Método: O tempo médio de seguimento foi de 3,28 anos. Homens e mulheres foram acometidos em igual número. A idade média foi de 31 anos (variando entre 2 e 62 anos). Dos 14 casos, 11 acometiam a ponte, 2 o mesencéfalo e 1 a transição bulbo-medular.

Resultados: Em todos os casos a lesão era única. A apresentação clínica foi de déficit focal associado a hemorragia espontânea em 13 casos (92,8%). Apenas 1 caso foi incidental. Nenhum dos casos apresentou crises epilépticas no pré-operatório. A ressecção total foi atingida em 71% dos pacientes, sendo os demais casos com ressecção parcial em decorrer de alterações significativas na monitorização neurofisiológica intraoperatória. Cinco pacientes apresentaram déficits novos no pós-operatório imediato, de caráter permanente, tais como disfagia, hemiparesia, paresia facial e hipoacusia. Déficit prévio foi mantido em 85% dos casos, enquanto que nos demais pacientes houve melhora completa dos sintomas. Apenas 1 óbito entre esses casos, por choque séptico de foco indeterminado. Dois pacientes (14%) mostraram recidiva da lesão, mas sem necessidade de reabordagem cirúrgica devido à estabilidade clínica, sem novos sintomas ou déficits, e radiológica sem aumento significativo da lesão.

Conclusão: Assim, concluímos que, em pacientes selecionados, a ressecção cirúrgica de cavernomas de tronco encefálico tem resultados de morbidade e mortalidade aceitáveis quando comparados à história natural da doença.

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