CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673160
E-Poster – Vascular
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Acesso via seio petroso inferior para tratamento de fístula carótido-cavernosa tipo IV D2

Jessica Silva de Souza
1   Hospital Naval Marcílio Dias
,
Dennis Leite Moreira
1   Hospital Naval Marcílio Dias
,
Fábio Henrique Pinto da Silva
1   Hospital Naval Marcílio Dias
,
Carlos Eduardo Pires Henriques
1   Hospital Naval Marcílio Dias
,
Rubem David Deziderio Reis
1   Hospital Naval Marcílio Dias
› Author Affiliations
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Publication History

Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Apresentação de caso: N.L.A., sexo feminino, 83 anos, portadora de hipertensão, parkinson e hipotireoidismo, com relato de início súbito de ptose palpebral progressiva, paresia de m.retomedial, hiperemia conjuntival, quemose e proptose à direita. Angiografia evidenciou presença de fístula carótido-cavernosa classificada em tipo IV D2 (Indireta, nutrida por ramos da ACI e ACE bilateral), com drenagem pelas V.Oftálmica superior e V.facial à direita, e Seio petroso inferior esquerdo.

    Discussão: Indicado tratamento por via venosa da fístula, em caráter de urgência devido ao risco de complicações oftalmológicas irreversíveis. Navegado cateter guia até V.jugular direita, sem sucesso na cateterização da V.Facial direita (se conectava a veia oftálmica superior direita ectasiada) e na recanalização do seio petroso inferior direito. Optou-se por recanalização do Seio petroso inferior esquerdo, com êxito. Passado coaxialmente microcateter pelo seio petroso inferior direito, cruzando o seio intercavernoso e finalmente iniciado a embolização pela porção posterior da V. oftálmica superior direita. Após oclusão parcial do seio cavernoso direito, foi realizada embolização parcial do seio cavernoso esquerdo, com retração do microcateter e uso de micromolas. Evoluiu com melhora parcial da congestão ocular, mantendo paresia de oculomotor à direita, tendo alta no quinto dia de pós-operatório. Após um mês, apresentava-se com paresia de oculomotor e ptose palpebral à direita, paresia pós-operatoria de abducente à esquerda, com melhora da exoftalmia e quemose. Submetida à Angiografia de controle, após quatro meses, que demonstrava ausência de fístula carótido-cavernosa, denotando aspecto de cura.

    Comentários: A via endovascular tem se mostrado como primeira opção na abordagem da fístula carótido-cavernosa. O tratamento das fístulas diretas é realizado por via transarterial, enquanto o das fístulas indiretas, preferencialmente, por via transvenosa. Nessa última, o objetivo geralmente é o cateterismo do seio cavernoso acometido, com oclusão do curso de drenagem responsável pelos sintomas. Comumente, a via mais adequada se dá por intermédio do seio petroso inferior. Outra opção de acesso também pode se dar pela via oftálmica superior (punção direta) ou através da cateterização da V.facial. O presente trabalho tem como finalidade contribuir com a literatura atual, descrevendo resultado satisfatório do acesso via seio petroso inferior em fístula carótido-cavernosa IV D2.


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