CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673170
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Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Aneurismas múltiplos em crianças: relato de caso

Karoline Schereck Kreitmeyer
1   Santa Casa Limeira/Centro Médico Campinas
,
Paulo Ricardo Correia Soares
1   Santa Casa Limeira/Centro Médico Campinas
,
Eduardo França Palhares
1   Santa Casa Limeira/Centro Médico Campinas
,
Leandro Moreira
1   Santa Casa Limeira/Centro Médico Campinas
,
Camila Andrade de Sousa
1   Santa Casa Limeira/Centro Médico Campinas
› Author Affiliations
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Publication Date:
06 September 2018 (online)

 
 

    Introdução: Os aneurismas intracranianos em crianças são raros e representam 0.6–4.6% do total de aneurismas, predominando no sexo masculino em proporção de 3:1. Aneurismas múltiplos são incomuns. Cefaleia, crises convulsivas e déficits neurológicos focais são frequentes, devido à alta prevelência de aneurismas gigantes. Hemorragia subaracnóidea é a primeira manifestação em 95% dos casos. A ruptura em pacientes menores de 20 anos está presente em 3.5% dos casos, correspondendo a 1% nos menores que 15 anos.

    Objetivo: Relatar caso infrequente de aneurismas múltiplos em criança.

    Método: Revisão bibliográfica de artigos científicos pesquisados noPubmed, Medline, Embase, Science Direct, The Cochrane Database. Resultado:T.F.S, sexo feminino, 12 anos, hígida, sem história familiar de doenças genéticas, negava uso de medicações contínuas. Paciente deu entrada com história de mal-estar inespecífico seguido de síncope às 15:00 do dia anterior, evoluindo com cefaleia holocraniana em pressão pela manhã, associada a vômitos e confusão mental. Ao exame: pupilas iso e fotorreagentes, agitada, Glasgow AO3/RV4/RM6, sem déficits motores ou sensitivos, sem rigidez de nuca. Tomografia computadorizada de crânio: hemorragia subaracnóidea e ectasia do sistema ventricular supratentorial. Hunt Hess 3 e Fisher 4. Angiotomografia de crânio: aneurisma de bifurcação de carótida esquerda 0.4x0.3cm, aneurisma de artéria comunicante anterior 0.3x0.3cm. Tratamento cirúrgico com clipagem de ambos os aneurismas por acesso pterional, colocação de derivação ventricular externa. Paciente apresentava afasia em pós-operatório imediato. TC crânio: vasoespasmo em núcleos da base direita. Evoluiu sem necessidade de derivação ventrículo peritoneal. Retorno: ausência de déficits. Arteriografia cerebral controle: total exclusão aneurismática.

    Conclusão: Ruptura aneurismática é a principal causa de HSA na infância. Crianças apresentam melhor prognóstico que adultos, devido às poucas patologias associadas, melhor tolerância a cirurgia e ao vasoespasmo, sendo menos suscetíveis a isquemia tardia. Ressalta-se a importância da identificação precoce do quadro para tratamento adequado, resultando em menor quantidade de complicações hemorrágicas (risco de ressangramento de até 50%) e infecciosas (predomínio pulmonar), possibilitando a alta precoce e readaptação a sociedade.


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