Resumo
Objetivo O procedimento de Bristow aberto é um método há muito estabelecido e eficaz no tratamento
da instabilidade anterior do ombro. Seguindo as tendências das cirurgias minimamente
invasivas, essa cirurgia foi realizada por artroscopia, e seus resultados foram avaliados.
Métodos Foram avaliados 43 ombros de pacientes submetidos ao procedimento de Bristow por
artroscopia, com o enxerto em posição horizontal e uso de um parafuso, com pelo menos
dois anos de seguimento pós-cirúrgico, por meio de escores qualidade de vida, índice
de reluxação e perda de rotação lateral.
Resultados A média de seguimento foi de 76 meses (variando de 129 a 24 meses), e o escore da
University of California at Los Angeles (UCLA) variou de 25,56 ± 0,50 (desvio padrão
[DP] = 3,25) para 33,23 ± 0,44 (DP = 2,91) (p < 0,0001). A média para o escore de Rowe com 2 anos ou mais de cirurgia foi de 94,25 ± 1,52(DP = 1,34),
sendo que o padrão de bons resultados é de 75 pontos (p < 0,0001). A média do teste simples de ombro foi de 11,35 ± 0,21 (DP = 1,34), e,
para perda de rotação lateral, foi de 10,37° ± 1,36° (DP = 8,58°). Não houve reluxações.
Entre os 43 pacientes operados, ocorreram um total de 12 complicações, das quais 8
não apresentaram qualquer repercussão clínica. As complicações com repercussão clínica
foram uma infecção de possível origem hematogênica seis meses após a cirurgia, uma
fratura do coracoide que fez com que o paciente precisasse mudar o procedimento no
intraoperatório, e dois pacientes com impacto anterior, que necessitaram de retirada
de material de síntese mais de seis meses após a cirurgia.
Conclusão O procedimento de Bristow artroscópico mostrou eficácia no tratamento da instabilidade
anterior do ombro, embora não seja livre de complicações.
Palavras-chave
procedimentos ortopédicos - instabilidade do ombro - luxação do ombro - artroscopia