CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2021; 56(06): 766-771
DOI: 10.1055/s-0041-1724083
Artigo Original
Coluna

Descompressão lombar versus fusão espinhal em ambiente ambulatorial privado: Um estudo retrospectivo com três anos de acompanhamento[*]

Article in several languages: português | English
1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
2   Instituto Wilson Mello, Campinas, SP, Brasil
,
1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
,
1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
,
1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
› Author Affiliations

Resumo

Objetivo Comparar a dor, a função, a qualidade de vida e os eventos adversos da descompressão lombar e da fusão espinhal em pacientes com patologias degenerativas da coluna vertebral que participaram de um programa de segunda opinião para cirurgias de coluna com acompanhamento de 36 meses.

Métodos Os dados desta coorte retrospectiva foram obtidos de um sistema de saúde privado entre junho de 2011 e janeiro de 2014. A amostra do estudo foi composta por 71 pacientes encaminhados para cirurgia de coluna lombar. Os desfechos para comparações entre a descompressão lombar e a fusão espinhal foram qualidade de vida (avaliada pelo questionário EuroQoL 5D), dor (medida pela Escala Numérica de Classificação de Dor) e função (avaliada pelo Questionário de Incapacidade de Roland Morris) no início do estudo e aos 12 e 36 meses de acompanhamento pós-cirúrgico. As definições de recuperação foram estabelecidas pela diferença mínima clinicamente importante (DMCI). As diferenças basais entre os grupos foram analisadas por teste t não pareado, e as diferenças nas pontuações dos instrumentos entre os momentos, por modelos mistos generalizados. Os resultados foram apresentados como valores médios ajustados pelos modelos e intervalos de confiança de 95%.

Resultados No total, 22 pacientes foram submetidos à artrodese, e 49 pacientes, à descompressão lombar. Quanto às comparações de achados antes e depois das intervenções cirúrgicas, a DMCI foi alcançada em todos os desfechos de qualidade de vida, dor e função nos dois pontos de acompanhamento em relação aos escores basais Em relação às complicações, apenas a descompressão lombar apresentou 4% (n = 3) de taxa cirúrgica de recidiva da hérnia de disco lombar.

Conclusão Pacientes com patologias espinhais degenerativas apresentam melhoras nos desfechos de dor, função e qualidade de vida em longo prazo que são clinicamente significativas e independentes da intervenção cirúrgica.

Contribuições dos Autores

Todos os autores conceberam o estudo. IOO escolheu o delineamento experimental, e ML, EA e MF contribuíram para a versão final deste manuscrito. IOO e EA participaram da análise estatística. Todos os autores contribuíram para o refinamento do estudo e aprovaram o manuscrito final.


Suporte Financeiro

Não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais, ou sem fins lucrativos.


* Estudo desenvolvido no Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil.




Publication History

Received: 24 July 2020

Accepted: 17 September 2020

Article published online:
11 September 2021

© 2021. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil

 
  • Referências

  • 1 Gakidou E, Afshin A, Abajobir AA. et al. GBD 2016 Risk Factors Collaborators. Global, regional, and national comparative risk assessment of 84 behavioural, environmental and occupational, and metabolic risks or clusters of risks, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016. Lancet 2017; 390 (10100): 1345-1422
  • 2 Kaiser MG, Eck JC, Groff MW. et al. Guideline update for the performance of fusion procedures for degenerative disease of the lumbar spine. Part 1: introduction and methodology. J Neurosurg Spine 2014; 21 (01) 2-6
  • 3 Jain N, Acharya S, Adsul NM. et al. Lumbar Canal Stenosis: A Prospective Clinicoradiologic Analysis. J Neurol Surg A Cent Eur Neurosurg 2020; 81 (05) 387-391
  • 4 Verbiest H. A radicular syndrome from developmental narrowing of the lumbar vertebral canal. J Bone Joint Surg Br 1954; 36 (02) 230-237
  • 5 Zaina F, Tomkins-Lane C, Carragee E, Negrini S. Surgical versus non-surgical treatment for lumbar spinal stenosis. Cochrane Database Syst Rev 2016; 2016 (01) CD010264
  • 6 Siebert E, Prüss H, Klingebiel R, Failli V, Einhäupl KM, Schwab JM. Lumbar spinal stenosis: syndrome, diagnostics and treatment. Nat Rev Neurol 2009; 5 (07) 392-403
  • 7 Barrick WT, Schofferman JA, Reynolds JB. et al. Anterior lumbar fusion improves discogenic pain at levels of prior posterolateral fusion. Spine (Phila Pa 1976) 2000; 25 (07) 853-857
  • 8 Phillips FM, Slosar PJ, Youssef JA, Andersson G, Papatheofanis F. Lumbar spine fusion for chronic low back pain due to degenerative disc disease: a systematic review. Spine (Phila Pa 1976) 2013; 38 (07) E409-E422
  • 9 Fritzell P, Hägg O, Wessberg P, Nordwall A. Swedish Lumbar Spine Study Group. Chronic low back pain and fusion: a comparison of three surgical techniques: a prospective multicenter randomized study from the Swedish lumbar spine study group. Spine (Phila Pa 1976) 2002; 27 (11) 1131-1141
  • 10 Arai Y, Takahashi M, Kurosawa H, Shitoto K. Comparative study of iliac bone graft and carbon cage with local bone graft in posterior lumbar interbody fusion. J Orthop Surg (Hong Kong) 2002; 10 (01) 1-7
  • 11 Gibson JNA, Waddell G. Surgery for degenerative lumbar spondylosis: updated Cochrane Review. Spine 2005; 30 (20) 2312-2320
  • 12 Kim KT, Lee SH, Lee YH, Bae SC, Suk KS. Clinical outcomes of 3 fusion methods through the posterior approach in the lumbar spine. Spine (Phila Pa 1976) 2006; 31 (12) 1351-1357
  • 13 Miyauchi A. Decompression Alone is Effective in Lumbar Spinal Stenosis with Degenerative Spondylolisthesis. Spine J 2012; 12 (09) S92-S93
  • 14 Miller JW, Sasso RC. Lumbar extraforaminal decompression: A technical note and retrospective study looking at potential complications as an outpatient procedure. SAS J 2011; 5 (01) 4-8
  • 15 Deyo RA, Mirza SK, Martin BI. Error in trends, major medical complications, and charges associated with surgery for lumbar spinal stenosis in older adults. JAMA 2011; 306 (10) 1088
  • 16 Costa LO, Maher CG, Latimer J. et al. Clinimetric testing of three self-report outcome measures for low back pain patients in Brazil: which one is the best?. Spine (Phila Pa 1976) 2008; 33 (22) 2459-2463
  • 17 EuroQol Group. EuroQol--a new facility for the measurement of health-related quality of life. Health Policy 1990; 16 (03) 199-208
  • 18 Nusbaum L, Natour J, Ferraz MB, Goldenberg J. Translation, adaptation and validation of the Roland-Morris questionnaire--Brazil Roland-Morris. Braz J Med Biol Res 2001; 34 (02) 203-210
  • 19 Grotle M, Brox JI, Vøllestad NK. Concurrent comparison of responsiveness in pain and functional status measurements used for patients with low back pain. Spine (Phila Pa 1976) 2004; 29 (21) E492-E501
  • 20 Soer R, Reneman MF, Speijer BL, Coppes MH, Vroomen PC. Clinimetric properties of the EuroQol-5D in patients with chronic low back pain. Spine J 2012; 12 (11) 1035-1039
  • 21 Childs JD, Piva SR, Fritz JM. Responsiveness of the numeric pain rating scale in patients with low back pain. Spine (Phila Pa 1976) 2005; 30 (11) 1331-1334
  • 22 Stratford PW, Binkley J, Solomon P, Finch E, Gill C, Moreland J. Defining the minimum level of detectable change for the Roland-Morris questionnaire. Phys Ther 1996; 76 (04) 359-365
  • 23 Alentado VJ, Caldwell S, Gould HP, Steinmetz MP, Benzel EC, Mroz TE. Independent predictors of a clinically significant improvement after lumbar fusion surgery. Spine J 2017; 17 (02) 236-243
  • 24 Soegaard R, Christensen FB, Christiansen T, Bünger C. Costs and effects in lumbar spinal fusion. A follow-up study in 136 consecutive patients with chronic low back pain. Eur Spine J 2007; 16 (05) 657-668
  • 25 Machado GC, Maher CG, Ferreira PH. et al. Trends, Complications, and Costs for Hospital Admission and Surgery for Lumbar Spinal Stenosis. Spine (Phila Pa 1976) 2017; 42 (22) 1737-1743
  • 26 Camino Willhuber G, Kido G, Mereles M. et al. Factors associated with lumbar disc hernia recurrence after microdiscectomy. Rev Esp Cir Ortop Traumatol 2017; 61 (06) 397-403
  • 27 Piper K, DeAndrea-Lazarus I, Algattas H. et al. Risk Factors Associated with Readmission and Reoperation in Patients Undergoing Spine Surgery. World Neurosurg 2018; 110: e627-e635
  • 28 Oliveira IO, Lenza M, Vasconcelos RA, Antonioli E, Cendoroglo Neto M, Ferretti M. Second opinion programs in spine surgeries: an attempt to reduce unnecessary care for low back pain patients. Braz J Phys Ther 2019; 23 (01) 1-2
  • 29 Gaudin D, Krafcik BM, Mansour TR, Alnemari A. Considerations in Spinal Fusion Surgery for Chronic Lumbar Pain: Psychosocial Factors, Rating Scales, and Perioperative Patient Education-A Review of the Literature. World Neurosurg 2017; 98: 21-27
  • 30 Martin BI, Deyo RA, Mirza SK. et al. Expenditures and health status among adults with back and neck problems. JAMA 2008; 299 (06) 656-664
  • 31 Martin BI, Mirza SK, Franklin GM, Lurie JD, MacKenzie TA, Deyo RA. Hospital and surgeon variation in complications and repeat surgery following incident lumbar fusion for common degenerative diagnoses. Health Serv Res 2013; 48 (01) 1-25