Resumo
Objetivo Reproduzir em modelo animal a técnica cirúrgica de Masquelet utilizada no tratamento
de defeitos ósseos críticos e analisar as características da membrana formada em torno
do cimento ósseo.
Métodos Um defeito crítico de 10mm foi realizado na diáfise femoral de 21 ratos Sprague-Dawley.
Após a ressecção da porção central da diáfise o defeito foi estabilizado com fio de
Kirschner introduzido pelo canal medular e com a interposição de espaçador de cimento
ósseo. Após 2, 4, e 6 semanas do procedimento cirúrgico os animais foram eutanasiados
e avaliados em radiografias do membro posterior quanto ao tamanho do defeito, o alinhamento
e a estabilidade da osteossíntese. As membranas formadas em torno do espaçador foram
submetidas a análise histológica para avaliação da espessura, da maturação do tecido
conjuntivo e da densidade vascular.
Resultados Ao longo do tempo as membranas inicialmente constituídas por tecido conjuntivo frouxo
foram substituídas por membranas representadas por tecido conjuntivo denso, rico em
fibras colágenas espessas. Com seis semanas a espessura das membranas foi maior (565 ± 208μm)
do que com quatro (186,9 ± 70,21μm, p = 0,0002) e duas semanas (252,2 ± 55,1μm, p = 0,001).
Todas as membranas do tempo inicial apresentaram focos de diferenciação osteogênica
que reduziram progressivamente ao longo do tempo.
Conclusão Além da função estrutural e protetora da membrana, suas características biológicas
intrínsecas podem contribuir ativamente para a regeneração óssea. A atividade biológica
atribuída pela presença de focos de osteogênese confere à membrana potencial de osteoindução
que favorece as condições locais para a integração do enxerto ósseo.
Palavras-chave
modelos animais - membrana induzida - osso e ossos - regeneração óssea - técnica de
Masquelet