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DOI: 10.1055/s-0044-1796678
QUANTAS VIDAS PERDEMOS NO BRASIL DEVIDO À AUSÊNCIA DE TKI ANTI-EGFR NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE?
Introdução: O câncer de pulmão é o quarto câncer mais comum no Brasil, com 28.220 novos casos em 2017. É a principal causa de mortes relacionadas ao câncer, com 23.393 mortes devido ao câncer de pulmão no Brasil em 2013. Na década de 2000, uma melhor compreensão das vias moleculares levou Para o desenvolvimento de tratamentos específicos. A introdução de inibidores da tirosina quinase do EGFR (TKI) levou a melhorias significativas na taxa de resposta e na sobrevivência sem progressão para os pacientes com mutações activadoras. No entanto, este tratamento não está disponível no Sistema de Saúde Pública Brasileiro com base nos seus custos acrescidos da ausência de ganho global de Sobrevivência. Objetivo: relacionar o orçamento economizado com os anos de vida potencialmente perdidos. Métodos: Estimamos o número de casos elegíveis para o tratamento utilizando dados epidemiológicos do Instituto Nacional do Câncer (INCA) mais a base de dados nacional sobre a freqüência de mutações no gene EGFR desde julho de 2010 (aprovação do gefitinib no Brasil). Baseamos as diferenças de sobrevivência entre os pacientes tratados com EGFR TKIs e quimioterapia usando as curvas do estudo pelo Dr. Mark Kris (JAMA 2014). Os custos do tratamento TKI foram baseados na referência nacional e foram comparados com o montante reembolsado pelo Sistema Único de Saúde para quimioterapia. Resultados: O número de casos elegíveis para TKI EGFR no Sistema Único de Saúde é de cerca de 2.224 por ano. Desde a aprovação do gefitinib, o número estimado de vidas perdidas devido à indisponibilidade de TKIs EGFR foi de 2.061. O potencial ganho de anos de vida perdido no período foi de 2.668 por ano. Seria necessário cerca de 150 milhões de dólares adicionais para implementar os TKIs. Considerando apenas os custos de aquisição de medicamentos, o custo por ganho anual de vida é de cerca de 585 dólares. Embora nossa análise não considere a qualidade de vida, o custo de um ganho anual é inferior a três vezes o PIB per capita (cerca de 35.000 dólares). Conclusão: A falta de acesso aos TKIs do EGFR custa mais de 2.000 brasileiros vivem nos últimos seis anos extrapolando dados retrospectivos dos EUA. Em nosso estudo, o tratamento é custo-efetivo e tem o potencial de salvar mais de 2.000 anos de vida anualmente.
Publication History
Article published online:
10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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