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DOI: 10.1055/s-0044-1796713
PERFIL DOS PACIENTES COM CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO TRATADOS NO SETOR DE ONCOLOGIA CLÍNICA DE UM SERVIÇO PÚBLICO DE REFERÊNCIA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO/EPM)
Introdução: Carcinoma adenoide cístico (CAC) é uma neoplasia rara, mais frequentemente encontrada em tumores malignos de glândulas salivares (10%), de crescimento lento, infiltrativo, podendo gerar metástases à distância e recorrência tardia. Objetivo: Analisar o perfil e evolução dos pacientes com CAC da instituição. Método: Avaliação retrospectiva de arquivos médicos da instituição, buscando pelo diagnóstico histopatológico de CAC, dos últimos 16 anos, acompanhados no setor de oncologia. Resultados: Foram identificados 23 pacientes (pct) com CAC acompanhados no serviço de oncologia clinica no período de 2001 a 2017. A mediana de idade ao diagnóstico foi 49 anos (21 a 79 anos). Doze pacientes (52%) eram do sexo masculino. Os sítios acometidos foram: 8 (35%) em gl. parótida, 7 (30%) em gl. salivar menor, 3 (13%) em gl. lacrimal, 2 (9%) em gl. submandibular, 1 (4%) em gl. sublingual, 1 (4%) em traquéia e 1 (4%) em próstata. Os estágios mais prevalentes foram III (23%) e IV (54%), sendo 5 com metástase à distância no diagnóstico. Dos 23 pct, 16 (69%) foram submetidos à ressecção do tumor primário e, destes, 10 (62%) receberam radioterapia adjuvante por comprometimento de margens cirúrgicas e/ou invasão perineural. Dois (9%) receberam tratamento definitivo com radioquimioterapia. Três (13%) receberam quimioterapia de indução, com esquemas diversos. Treze (56%) desenvolveram metástases, distribuídas em: pulmão (10), fígado (3), SNC (2) e osso (1). O tempo médio para o desenvolvimento da primeira metástase foi de 32 meses (0 a 132m). Quimioterapia paliativa foi oferecida para 7 (30%) pct, sendo que, 5 receberam mais de uma linha de terapia sistêmica. Os esquemas quimioterápicos utilizados na primeira linha incluíram: cisplatina, doxorrubina e paclitaxel; carboplatina e paclitaxel; cisplatina e vinorelbine; carboplatina e bleomicina. A taxa de controle da doença atingida pela quimioterapia paliativa foi de 42% (3 dos 7 pct), com doença estável. O seguimento clínico variou de 1 a 194 meses, com taxa de sobrevida global média de 58 meses, e mediana de 41 meses. Conclusão: O CAC tem comportamento indolente e a ressecção cirúrgica permanece como principal tratamento. Quando se apresenta em estágios mais avançados, diversos esquemas de quimioterapia demonstraram baixas taxas de respostas. O melhor entendimento da biologia molecular destes tumores pode revelar novos alvos terapêuticos.
Publication History
Article published online:
10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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