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DOI: 10.1055/s-0044-1796726
MUTAÇÕES DE EGFR EM PACIENTES COM CÂNCER DE PULMÃO NÃO PEQUENAS CÉLULAS AVANÇADO: FREQUÊNCIA DE TESTAGEM E PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE REFERÊNCIA EM SANTA CATARINA
Introdução: O câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) corresponde por volta de 85% das neoplasias primárias pulmonares. A maioria dos pacientes apresentam doença avançada no momento do diagnóstico. As mutações do gene do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) determinam a sensibilidade aos inibidores de tirosino-quinase (TKI), que revolucionaram o tratamento e o prognóstico do CPNPC avançado. Há poucos dados sobre mutação de EGFR na população brasileira. Objetivo: Este estudo pretende demonstrar a frequência de testagem, prevalência e perfil epidemiológico das mutações de EGFR em uma instituição pública catarinense. Método: Estudo retrospectivo observacional que incluiu pacientes com CPNPC não-escamosos em estágio avançado entre janeiro de 2011 a dezembro de 2016 do CEPON (Centro de Pesquisas Oncológicas). Os prontuários foram revisados e as informações relacionadas ao perfil epidemiológico e a testagem de EGFR foram coletadas. Resultados: 345 pacientes foram analisados. Desses, 74% (255/345) foram testados para mutações no gene EGFR. Ao longo dos anos houve aumento progressivo da solicitação dos testes: 22% dos pacientes foram testados em 2011, 60% em 2012, 72% em 2013, 85% em 2014, alcançando 100% dos pacientes em 2015 e 2016. Mutações do gene EGFR foram encontradas em 18% (46/255). As alterações genéticas foram mais prevalentes em mulheres (30% vs. 9,6%; p<0,001) e em não-tabagistas (49% vs. 9,5%; p < 0,001), porém não foi encontrado diferença significativa em relação a idade menor que 50 anos (27% vs. 17%; p=0,159). A idade média dos pacientes com mutação foi 59 anos (DP 11,82) com predominância do sexo feminino (74% vs. 26%). A alteração genética mais frequente encontrada foi a deleção éxon 19 (50%), seguido pela mutação L858R no éxon 21 (36%). Entre os 46 pacientes com mutação EGFR detectada, 32 receberam TKI em primeira ou segunda linha. Conclusão: Os achados evidenciam que atualmente temos uma boa taxa de pesquisa de mutação de EGFR em pacientes com CPNPC, devido ao maior acesso ao teste, a educação médica a subespecialização dos oncologistas dedicados a oncologia torácica e a disponibilidade do TKI no CEPON. A prevalência da mutação EGFR foi pouco menor que a encontrada em outros estudos com pacientes brasileiros (em torno de 20%), que pode estar relacionado à imigração européia do sul do país. O perfil epidemiológico encontrado é semelhante ao da literatura médica, evidenciando prevalência de mutação em mulheres e não tabagistas.
Publication History
Article published online:
10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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