Open Access
CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-84
DOI: 10.1055/s-0044-1796730
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TEMÁRIO: PULMÃO

ESTUDO DE MUNDO REAL DE OSIMERTINIBE EM CÂNCER DE PULMÃO NÃO PEQUENAS CÉLULAS RECORRENTE OU METASTÁTICO T790M-POSITIVO: AEXPERIÊNCIA BRASILEIRA

Luiz Henrique Araujo
1   INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
,
Pedro Rafael Martins de Marchi
1   INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
,
Marcos André Portella
1   INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
,
Ana Caroline Zimmer Gelatti
1   INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
,
Clarissa Maria de Cerqueira Mathias
1   INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
,
Marcelo Graziano Custodio
1   INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
,
Gisele Caccia
1   INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
,
Gilberto Castro Jr.
1   INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
› Author Affiliations

Introdução: Osimertinibe é o novo tratamento padrão no câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) com progressão após um inibidor de tirosina cinase (TKI) contra EGFR e que apresenta a mutação T790M. Com base nos resultados do estudo AURA3, que levaram à aprovação desta terapia mundialmente, nós conduzimos o estudo ASTRIS. Método: Trata-se de um estudo de fase IV, internacional, multicêntrico, aberto, com objetivo de verificar a eficácia e segurança de osimertinibe na dose de 80 mg/dia, por via oral. Os pacientes elegíveis apresentavam diagnóstico de CPNPC T790M-positivo, em progressão após terapia prévia com EGFR-TKI, performance status de 0-2 e função orgânica adequada. Foram excluídos pacientes com doença sintomática em sistema nervoso central (SNC), história de pneumonite e prolongamento do intervalo QT. Nesta análise interina, apresentamos os dados epidemiológicos e o perfil molecular dos primeiros 40 paciente incluídos. Resultados: Quarenta pacientes foram incluídos entre agosto de 2015 e março de 2017. A idade mediana foi de 63,5 anos (36-89) e a maioria dos pacientes era do sexo feminino (65%). Trinta e quatro pacientes (85%) foram diagnosticados com estadios IIIB/IV e apenas 3 (7,5%) apresentavam PS de 2. Vinte pacientes (50%) haviam sido tratados previamente com gefitinibe, vinte e quatro (60%) com erlotinibe e 1 (2,5%) com afatinibe. Dezessete pacientes tiveram avaliação de doença em SNC, sendo 13 (76,5%) por ressonância e 4 (23,5%) por tomografia. Destes 17 pacientes, 10 (58,8%) apresentavam alguma lesão. As deleções do exon 19 foram a mutação primária de EGFR mais frequente, presentes em 25 casos (62,5%), seguidas da mutação L858R no exon 21 em 13 casos (32,5%). A pesquisa de T790M foi realizada no plasma (“biópsia líquida”) em 22 pacientes (55%) e no tumor em 18 (45%). As amostras tumorais foram obtidas do tumor primário em 8 casos (47%) e de metástases em 9 (53%). O tempo de seguimento mediano do estudo foi de apenas 1,5 meses, portanto ainda precoce para avaliação da eficácia ou segurança. Conclusão: O perfil epidemiológico e molecular dos pacientes incluídos em centros brasileiros se assemelha ao dos centros internacionais. Assim como vem sendo observado na literatura, parece haver uma predileção do T790M em casos com deleção do exon 19. O estudo também revela o papel da biópsia líquida na detecção da mutação T790M em detrimento da re-biópsia tumoral.



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Article published online:
10 July 2025

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