MORTALIDADE POR MELANOMA NO ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE 1996 E 2015

Introdução: O melanoma (MM) é um problema emergente, com aumento em sua incidência em diferentes regiões do mundo. Apesar da maior incidência, a mortalidade por melanoma se mostrou estável ou com tendência a queda nas últimas décadas, sobretudo em países desenvolvidos. Todavia, dados de mortalidade para diferentes realidades brasileiras são desconhecidos. Objetivo: Descrever a frequência do relato de melanoma (MM) como causa básica de morte no Estado de São Paulo, sua evolução temporal e sua relação com variáveis demográficas. Método: Foi conduzida uma análise retrospectiva com base em dados de registro de todos os óbitos ocorridos no Estado de São Paulo entre 1996 e 2015, nos quais o MM constava como causa básica de morte. Os dados foram obtidos no Sistema de Estatísticas Vitais da Fundação Seade, consolidados a partir das informações das declarações de óbitos desse período, permitindo o cálculo da taxa de mortalidade por MM. A população foi classificada por faixas etárias, sexo, e cor da pele, conforme informações do Sistema de Projeções Populacionais do Seade. Resultados: Entre os anos 1996 e 2015, foram registrados 7670 óbitos por MM no Estado de São Paulo, sendo a ocorrência entre os homens (n=4341) maior do que entre as mulheres (n=3329). Houve aumento na taxa de mortalidade por MM no período estudado, partindo de 0,91 óbitos/100.000 habitantes/ano em 1996, até 1,19 óbitos/100.000 habitantes/ano em 2015. Esse aumento foi observado para ambos os sexos e a mortalidade masculina superou sempre a feminina. A mortalidade foi crescente com a idade e atingiu o máximo na população com 60 anos ou mais, e se concentrou em indivíduos de pele branca. Conclusão: A mortalidade por MM demonstrou uma tendência crescente nas últimas duas décadas no Estado de São Paulo, contrariando o observado em outras regiões do mundo. Ainda que as causas para tal achado não possam ser identificadas através do presente estudo, a carência de tratamentos eficazes para a doença avançada e retardo no diagnóstico precoce e tratamento definitivo devem ser investigados como potenciais justificativas.

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Article published online:
10 July 2025