Open Access
CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-84
DOI: 10.1055/s-0044-1796784
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TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO

ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO DEFINITIVO EM PACIENTES IDOSOS PORTADORES DE CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO LOCALMENTE AVANÇADO

Gabriel Clemente de Brito Pereira
1   INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO
,
Mauricio Fernandes
1   INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO
,
Luana Guimarães de Sousa
1   INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO
,
Bruno Melo Fernandes
1   INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO
,
Gustavo Nader Marta
1   INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO
,
Gilberto de Castro Junior
1   INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO
,
Milena Perez Mak
1   INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Introdução: A incidência de câncer em população idosa está em crescimento. O tratamento padrão para carcinoma epidermóide (CEC) de cabeça e pescoço localmente avançado (CECPLA), quando irressecável, é a quimiorradioterapia (QRT) baseada em cisplatina em alta dose. O benefício dessa estratégia ainda é duvidoso em idosos. Método: Foram incluídos retrospectivamente pacientes com 70 anos de idade ou mais portadores de CECPLA a e com doença irressecável, tratados com radioterapia (RT) definitiva associada ou não à quimioterapia, com objetivo primário de avaliar a sobrevi-da global (SG) nessa população. Aplicamos o Índice de Charlston modificado para câncer de cabeça e pescoço (ICC-HN) para avaliar comorbidades. A SG foi analisada através do método de Kaplan-Meier. Fatores relacionados a prognóstico foram comparados através de teste de log-rank e regressão de Cox. Resultados: Incluímos 113 pacientes, com idade mediana de 76 anos (70-92). Os sítios primários de doença mais prevalentes foram cavidade oral e orofaringe (34% e 28%). A maioria dos pacientes eram estádio IVA/B (84%), tinham ECOG-PS<2 (67%) e um ICC-HN de 0 (59%). Sessenta e um pacientes (54%) receberam RT exclusiva, enquanto 25% foram submetidos à quimioterapia neoadjuvante (nQT) e 21% à QRT. Durante neoadjuvância, 5 pacientes interromperam tratamento (3 por toxicidades e 2 por progressão de doença). RT com fracionamento convencional foi realizada em 75% dos pacientes, enquanto 25% receberam esquemas de hipofracionamento. A necessidade de sondagem para alimentação ocorreu em 39% dos pacientes, enquanto 14% necessitou alguma internação até o 30 dia do início do tratamento radioterápico. Das 21 interrupções durante a RT, 10 foram por toxicidade limitante e 5 pacientes morreram. Com seguimento mediano de 11,2 meses, a mediana de SG foi de 17,9 meses (9,2-26,7). Idade maior que 75 anos e esquemas de RT hipofracionada foram associados a piores desfechos de sobrevida (p=0,027 e 0,002). Após ajuste para ECOG-PS e quimioterapia concomitante, esses fatores perderam associação estatisticamente significativa com sobrevida. Conclusão: Paciente idosos portadores de CECPLA apresentam SG curta e toxicidades importantes relacionadas ao tratamento. A inclusão de quimioterapia no tratamento definitivo desses pacientes não demonstrou benefício em sobrevida na nossa amostra. É necessária uma seleção apropriada e criteriosa na escolha do melhor tratamento definitivo destes pacientes.



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Artikel online veröffentlicht:
10. Juli 2025

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