AMPUTAÇÃO INTERESCÁPULO TORÁCICA PARA SARCOMA EPITELIÓIDE DE MEMBRO SUPERIOR

Apresentação do caso: Paciente do sexo M, 36 anos, com história de formação tumoral em antebraço direito de crescimento rápido e extremamente doloroso. Ao exame físico apresentava-se com PS2, com volumosa tumoração em face medial do terço médio do antebraço direito e adenomegalias em axila direita. O exame histopatológico e IHQ evidenciaram sarcoma, padrão epitelioide com extensa.Ressonância magnética do antebraço evidenciou lesão medindo 13,0×5, 0×5, 0 cm3. Os exames de estadimento sem sinais de doença metastática. Iniciada neoadjuvância com QT interrompida devido a dor e sangramento tumoral, foi submetido a amputação em nível de braço associada a linfadenectomia axilar direita. Quatro meses depois paciente evoluiu com recidiva cutânea em terço proximal do braço e axila direita. PET TC evidenciou apenas aumento do metabolismo em braço direito e região axilar. Paciente foi submetido a amputação interescápulo-torácica com rotação de retalho miocutâneo, apresentou boa evolução clínica pós operatória e recebeu alta no quarto dia, sem intercorrências. Discussão: O sarcoma epitelioide é um subtipo histológico raro de sarcoma de partes moles que apresenta características tanto epiteliais quanto mesenquimatosas. Pode acometer qualquer parte do corpo, mas incide principalmente sobre as extremidades de pacientes jovens. A apresentação clínica inicial é variável, podendo surgir como uma úlcera aparentemente benigna ou nódulos subcutâneos, fato que retarda o seu diagnóstico. Não existe uma abordagem terapêutica bem definida para o sarcoma epitelioide, sendo a recidiva local comum após a ressecção. Apesar da ocorrência infrequente, o sarcoma epitelioide é um subtipo importante de sarcoma por seu caráter agressivo, dificuldade diagnóstica e consequente retardo do tratamento. Conclusão: Conduta adotada no caso relatado, a amputação interescápulo-torácica, inicialmente descrita para tratar injúrias traumáticas, hoje está sendo reproduzida no manejo de neoplasias malignas de extremidades superiores. Apesar de mutilante, é um procedimento seguro e factível para alívio da dor e melhora na qualidade de vida dos pacientes com tumores localmente avançados.

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Article published online:
10 July 2025