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DOI: 10.1055/s-0044-1797149
ABORDAGEM CIRÚRGICA CONSERVADORA EM CEC DE CANAL ANAL COM INVASÃO GENITURINÁRIA – RELATO DE CASO
Apresentação do caso: I.R.A., mulher, 62 anos, branca, tabagista, portadora de DPOC; busca, em 2002, atendimento médico com queixa de abaulamento em região anal, proctalgia ao evacuar e hematoquezia. Foi submetida no mesmo ano a hemorroidectomia, em cujo laudo histopatológico (LHP) da lesão consta carcinoma escamocelular (CEC), iniciando radioterapia convencional (RxT). Em setembro de 2004, evoluiu com constipação crônica, fezes em fita e enterorragia. Em seguimento, colonoscopia evidencia recidiva do CEC. Tomografia computadorizada (TC) de abdome e pelve não apresentou metástases a distância. Em 23/12/04, foi encaminhada para tratamento cirúrgico, com retossigmoidectomia abdominal incompleta, pois tumor invadia parede lateral da pelve e ureter esquerdos, impedindo ressecção total, associada a colostomia em flanco esquerdo e linfadenectomia pélvica. Estadiada em IIIB. Seguiu-se com RxT. Cinco meses depois, apresentou piora clínica com dor abdominal, secreção mucoide anal, e uso regular de morfina. Após sucessivas consultas e risco cirúrgico de ASA II, marcada ressecção abdominoperineal somada a colostomia definitiva (RAP) para final de setembro de 2005. No entanto, naquele mês, procurou emergência com queixa de êmese diária e inapetência. Fora internada, apresentando também invasão vaginal e evoluindo com hidronefrose bilateral e insuficiência renal. Encaminhada para cuidados paliativos em 24/10/05, evoluindo a óbito em 01/11/05. Discussão: O câncer de canal anal é uma rara neoplasia maligna, sendo responsável por 4% dos tumores intestinais. O tipo histológico mais comum é o CEC, seguido pelo cloagênico, adenocarcinoma, melanoma e adenocarcinoma mucinoso. Entre os fatores de risco mais associados, a paciente é do sexo feminino, tabagista e apresentou um quadro hemorroidário prévio. Outros incluem sexo anal, doenças sexualmente transmissíveis, outras doenças perianais e imunossupressão. O diagnóstico é fácil; no entanto, muitos casos são descobertos em fase avançada devido à semelhança com quadros hemorroidários, negligência médica e desconhecimento da doença. O tratamento de escolha é a RxT local associada a quimioterapia (QT), independente da excisão do tumor, pois a cirurgia para excisão do tumor é mutiladora com consequente colostomia definitiva e há grande disseminação linfática. Conclusão: CEC de canal anal é um tumor raro em que o tratamento de escolha é a QT+RXT, mas a cirurgia é realizada em casos de lesão persistente.
Publication History
Article published online:
10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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