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CC BY 4.0 · Brazilian Journal of Oncology 2017; 13(S 01): 1-233
DOI: 10.1055/s-0044-1797224
VÍDEO
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS

HEPATECTOMIA LAPAROSCÓPICA: COMO DISSECAR O PARÊNQUIMA PROFUNDO COM ULTRACISION, QUANDO O CUSA NÃO ESTÁ DISPONÍVEL

Andrea Petruzziello
1   HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
,
William Augusto Casteleins Cecilio
1   HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
,
Vitor Mamoru Haida
1   HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
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A primeira ressecção laparoscópica dos segmentos hepáticos foi realizada por Reich em 1991, sendo que no Brasil passou a ser realizada a partir de 1997. Atualmente, sua melhor indicação em cirurgia oncológica é para os tumores menores de 5 cm, localizados nos segmentos inferiores e lateral esquerdo. Apesar disso, seguiram-se várias séries com número progressivamente maior de pacientes e critérios expandidos. O caso refere-se à paciente CJCZ, feminina de 56 anos, operada previamente em outro serviço por adenocarcinoma bem diferenciado de cólon sigmóide, realizado hemicolectomia convencional esquerda com anastomose primária em Março/2014, estadiamento pT3 pN1 M0 (EC IIIB). Recebeu QT adjuvante com 5FU/Leucovorin, perdendo seguimento. Em exame de restadiamento, apresentou lesão nodular única de 2,9 × 2,1 cm na porção inferior da transição dos segmentos IVb e V, confirmada por RNM com Primovist. Sem outros achados notáveis, CEA 1,22. Foi indicado ressecção por laparoscopia, em Março/2017. O procedimento foi realizado sem a utilização do CUSA (Cavitron Ultrasonic Surgical Aspirator), pois não dispomos dele no hospital. Alternativamente, utilizamos bisturi ultrassônico e cautério bipolar laparoscópico. A vesícula biliar foi deixada com o fundo aderido ao fígado durante a dissecção da lesão, após ligar o pedículo, para facilitar a mobilização do conjunto. Em seguida realizamos manobra de Pringle com vessel-loop em dupla laçada. A hepatotomia foi feita com Ultracision e os debris aspirados contínua e coordenadamente pelo auxiliar, expondo o parênquima a ser dissecado e permitindo identificação das estruturas. Os ductos biliares e ramos vasculares maiores foram clipados individualmente e, ao final da dissecção, o segmento hepático remanescente foi seccionado com grampeador endoscópico de carga branca. A peça foi retirada em saco extrator, a cavidade lavada e drenada com dreno Blake 24F. O tempo cirúrgico foi de 165 minutos, com perda sanguínea estimada de 50 ml. A paciente e evoluiu satisfatoriamente, com alta hospitalar no 3o dia. Demonstramos, com este vídeo, como a funcionalidade do CUSA pode ser alcançada trabalhan-do-se com bisturi harmônico, em sintonia com aspiração intermitente do parênquima hepático. Quanto a resultados, recente série nacional com 61 casos (Lacerda, et al. 2014) mostrou tempo cirúrgico médio de 141 minutos, perda sanguínea de 85 ml e apenas 1 óbito pós-operatório. Até onde sabemos, foi a primeira hepatectomia laparoscópica neste serviço.



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Article published online:
10 July 2025

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