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DOI: 10.1055/s-0045-1807352
SíNDROME DE WERNER MORRISON - ELATO DE CASO
Apresentação do caso: Paciente feminino de 42 anos, há 6 meses com quadro clínico de diarréia aquosa, com 8 evacuações diárias, astenia, hiporexia, inapetência, fraqueza muscular e parestesias, associado a perda de 15 Kg no período e hipopotassemia severa, com necessidade de reposições frequentes. Realizou USG abdominal que mostrou lesões nodulares focais em segmento III e nódulos heterogêneos de cerca de 5, 4cm em segmentos VIII e IVB, sugestivos de metástases e Biópsia guiada por USG que não foi conclusiva. Realizou ecoendoscopia que demonstrou lesões sólidas em cauda de pâncreas e lobo hepático esquerdo com biopsias, também não foram conclusivas. Submetido a videolaparoscopia diagnóstica, sendo visualizadas múltiplas lesões hepáticas em ambos os lobos, e realizada biópsia. O estudo histopatológico evidenciou Tumor Carcinóide Típico em parênquima hepático e, o estudo imunohistoquímico concluiu como Tumor Neuroendócrino de Baixo Grau Mestastático, com índice de proliferação celular estimado em 10%. Foi iniciado tratamento clínico com octreotide para posterior avaliação de possibilidade cirúrgica. A síndrome de Werner Morrison é constituída por diarréia secretória profusa, hipopotassemia e acloridria, além de desidratação. Ocorre em paciente portadores de tumores funcionantes produtores de Peptídeo Intestinal Vasoativo (VIPoma). Os tumores neuroendócrinos do pâncreas são neoplasias raras, abrangendo cerca de 2% dos tumores pancreáticos, tendo o VIPoma incidência de cerca de 1 caso/10 milhôes/ano, e podem ser diagnosticados em qualquer fase da vida, mais frequentes da 4a a 6a décadas de vida. Tem localização pancreática em 90% dos casos, em geral no corpo ou cauda, com 40-70% de taxa de malignidade e 40-90% dos paciente já apresentam metástases hepáticas quando diagnosticados. O diagnóstico clínico é confirmado com aumento dos níveis séricos de VIP e tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Pode-se lançar mão também da dosagem de cromogranina A e a enolase neurônio específica, da cintilografia com octreotide que permite identificar se o tumor apresenta alta afinidade para a somatostatina e se há tumores ocultos. Tratamento consiste em controle dos distúrbios hidroeletrolíticos, uso de análogos da somatostatina e posteriormente intervençao cirúrgica agressiva com ressecção pancreática e cirurgia citorredutora com ressecção das metástases hepáticas e linfonodais. Em pacientes com idade avançada ou risco cirúrgico elevado pode-se recomendar conduta conservadora.
Publication History
Article published online:
10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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