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CC BY 4.0 · Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Surgery 2024; 39(02): 217712352024rbcp0925pt
DOI: 10.5935/2177-1235.2024RBCP0925-PT
Carta ao Editor

Time series of hospital admissions for burns in pediatric patients in the Southern Region of Brazil in the period from 2016 to 2020

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1   Universidade do Sul de Santa Catarina, Tubarão, SC, Brasil.
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Prezado Editor,

Avaliei com entusiasmo o artigo intitulado “Série temporal das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020[1]”. Em minha opinião, é um excepcional manuscrito que será prestigiado cada vez mais pelos leitores.

O artigo evidencia e analisa os casos de hospitalizações por queimaduras na faixa etária de 0 a 14 anos, que ocorreram entre 2016 a 2020, nos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Esse é um tema muito importante para debate, pois a prevenção de queimaduras em crianças deve ser feita por adultos, sejam eles os pais ou demais responsáveis.

Entretanto, gostaria de complementar em relação à pandemia da COVID-19, que se estabeleceu no ano de 2020 no Brasil, e a qual não foi elencada no artigo. Entre os anos analisados, o estudo demonstrou que o segundo maior número de internações hospitalares ocorreu em 2020, sendo que tal fato pode estar relacionado ao isolamento social ocorrido neste ano. Segundo uma revisão literária sobre o tema, a maior parte das queimaduras ocorrem em domicílio[2]. Nesse sentido, devido à quarentena, muitas creches e escolas foram fechadas, acarretando numa maior presença das crianças em suas casas. Além disso, dentre as medidas fornecidas pelo Ministério da Saúde, estava o estímulo ao uso de álcool para higienização de mãos e objetos[3].

Contudo, conforme os próprios autores citaram, o álcool líquido é a segunda principal causa de queimadura na faixa pediátrica. Visto isso, também é importante salientar que a comercialização do álcool 70% no Brasil era vedada desde 2002. Todavia, frente ao estado de emergência de saúde vivido recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autorizou que esse produto voltasse ao comércio[4].

Espero que esta explicação tenha sido capaz de mostrar a provável influência da pandemia nos números de internações por queimaduras em 2020.

Institution: Universidade do Sul de Santa Catarina, Curso de Medicina, Tubarão, SC, Brazil.




Publication History

Received: 29 January 2024

Accepted: 08 February 2024

Article published online:
20 May 2025

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Bibliographical Record
CINTIA DE SOUZA BORGES. Série temporal das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) – Brazilian Journal of Plastic Surgery 2024; 39: 217712352024rbcp0925pt.
DOI: 10.5935/2177-1235.2024RBCP0925-PT
 
  • REFERÊNCIAS

  • 1 Souza TG, Souza KMD. Série temporal das internações hospitalares por queimaduras em pacientes pediátricos na Região Sul do Brasil no período de 2016 a 2020. Rev Bras Cir Plást 2022; 37 (04) 438-444
  • 2 Cruz BF, Cordovil PBL, Batista KNM. Perfil epidemiológico de pacientes que sofreram queimaduras no Brasil: revisão de literatura. Rev Bras Queimaduras 2012; 11 (04) 246-250
  • 3 Oliveira WKD, Duarte E, França GVAD, Garcia LP. Como o Brasil pode deter a COVID-19. Epidemiol Serv Saúde 2020; 29 (02) e2020044
  • 4 Silva SA, Ribeiro DRND, Guimarães GMS, Melo Neto DX, Braga PS, Cruvinel SS. et al. Impacto da quarentena pela COVID-19 no perfil epidemiológico de queimados em Minas Gerais, Brasil. Rev Bras Queimaduras 2020; 19 (01) 2-10