Forma de Apresentação: e-Pôster
Objetivo: Avaliar o impacto da pandemia do COVID-19 no tratamento cirúrgico emergencial dos
doentes com neoplasia de cólon distal atendidos no HUSF no período de fevereiro de
2020 a fevereiro de 2021 em relação aos anos de 2018 e 2019.
Método: Estudo retrospectivo, descritivo, longitudinal realizado por análise dos dados disponíveis
em prontuários e base eletrônica de dados, do serviço de Coloproctologia do HUSF.
Foram analisados todos os pacientes com câncer localizado no cólon distal nos anos
de 2018, 2019, 2020 e primeiro bimestre de 2021.
Resultados: Ao analisar os anos de 2018/19 foram identificados 22 casos de CCR de cólon distal
operados em urgência, com idade média dos pacientes de 67 anos, apresentando distribuição
de 63,63% mulheres (14) para 36,36% homens (8). Já no período de 2020/21 houve um
total de 47 casos, com distribuição de 53,19% mulheres (25), com idade média de 68,7
anos. Dentre os procedimentos realizados em 2018/19 podemos citar: ressecções de tumor
em 54,54% (12) dos casos e os demais colostomias derivativas. Realizados no total
3 procedimentos laparoscópicos, sendo deles 2 derivações e 1 ressecção. Dentre os
procedimentos realizados em 2020/21 podemos citar: 44,68% (21) de cirurgias de ressecção
tumoral, 48,93% (23) de colostomias derivativas e 6,38% (3) de procedimentos não terapêuticos.
Realizados 7 procedimentos laparoscópicos, que representa 14,89% dos casos, todos
feitos por médicos especialistas, sendo que os demais 85,10% dos casos (40) foram
operados por via laparotômica. A anatomia patológica nos anos de 2018/19 apresentou-se
com 95% (19) de Adenocarcinoma, sendo na sua totalidade do tipo moderadamente diferenciado.
Nos anos de 2020/21 apresentou-se 92,85% (39) dos casos de Adenocarcinoma, sendo deles
80,48% (33) do tipo moderadamente diferenciado. A média de linfonodos ressecados pelo
cirurgião geral e pelo especialista nos anos de 2018/19 foi de, respectivamente, 20
e 24,7 linfonodos por peça. Já nos anos de 2020/21 foi de 21,1 e 27 linfonodos. Quanto
ao estadiamento, nos anos de 2018/19 observa-se: II (9,09%), III (50%) e IV (40,9%).
Já em 2020/21: II (14,89%), III (27,65%) e IV (57,44%). Em 2018/19 houve 3 óbitos
devido a sepse em pacientes operados por cirurgião geral contra 3 óbitos de pacientes
operados por especialista devido a pneumonia, trombose portal e sepse. Em 2020/21,
100% dos óbitos (5 casos) foram de pacientes operados por cirurgião não especializado
devido a sangramento pélvico, lesão pancreática, fístula anastomótica e sepse por
perfuração de cólon.
Conclusões: Conclui-se que houve aumento importante nos casos de CCR de cólon distal operados
em urgência no período de pandemia. Além disso, os estadiamentos apresentados pelos
pacientes foram mais avançados neste período, estando este fato associado a maior
mortalidade quando operados por cirurgião não especializado. Por fim, nota-se que
houve aumento no número de procedimentos não terapêuticos no período de pandemia,
o que demonstra maior gravidade inicial dos casos operados.