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Área: MISCELÂNEA
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Data: 01/09/2021
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Horário: 09:30 às 11:00
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Sala:
Forma de Apresentação: Vídeo Livre
Introdução A doença pilonidal pode ser resultante da pressão local nos tecidos, folículos pilosos
rompidos, leitos de tecido hipóxico, ou uma vulnerabilidade congênita da pele, relacionada
à presença de cabelo na fenda natal. Este cabelo solto causa uma reação de corpo estranho
que leva à formação de fossas na linha média, podendo se apresentar como um cisto
simples, um abscesso agudo com ou sem celulite, ou um seio com drenagem crônica. O
tratamento é altamente variável e pode incluir observação e remoção de cabelo, incisão
e drenagem ou excisão com algumas vezes reconstrução cirúrgica complexa. A excisão
cirúrgica é o tratamento padrão na doença pilonidal crônica e pode ser dividido em
duas categorias: excisão de tecido doente com fechamento primário ou excisão com fechamento
por segunda intenção. Adicionalmente, o tratamento clínico com aplicação de fenol
ou cola de fibrina, apresenta alta taxa de recorrência. Técnicas de retalhos têm o
objetivo de excisar a doença e ao mesmo tempo fechar o defeito com tecido saudável.
Dentre as técnicas conhecidas, destaca-se a desenvolvida por Bascom, consiste na realização
de incisão em elipse de pele retirada da parede esquerda da fenda glútea.
Relato de Caso Paciente, masculino, 29 anos, com histórico de dor e abscesso em região sacral de
início em 2017. Diagnosticado com doença pilonidal infectada e realizado tratamento
com incisão local e drenagem de abscesso, além de cicatrização por segunda intenção.
Evoluiu com recidiva local em 2021, sendo optado por realização de incisão lateral
com fechamento primário e aposição de dreno de sucção local. Acompanhado em ambulatório
sem queixas atuais, com boa cicatrização da ferida e sem sinais de recidiva.
Discussão Em 1980, Bascom relatou excisão individual de aberturas da linha média e adicionou
uma incisão paralela colocada lateralmente para melhor explorar, limpar a cavidade
pilonidal e facilitar identificação de folículos doentes. O procedimento se concentra
em evitar a incisão da linha média e realizar uma quantidade mínima de remoção de
tecido. A abordagem é descrita como consistindo em uma incisão lateral, remoção do
cabelo e excisão do trato sinusal com pequenas incisões recobrindo cada seio. A incisão
lateral é tunelada medialmente em direção à base do trato sinusal, e essa região pode
ser curetada para remover a base do seio. A cavidade é limpa e fechada. As vantagens
de um fechamento primário são feridas pequenas, um tempo de cicatrização mais curto,
cuidado mínimo da ferida, retorno mais cedo ao trabalho e nenhuma necessidade de trocas
de curativos diariamente. As desvantagens são infecção e deiscência da ferida. Excisões
radicais com métodos de fechamento assimétricos podem oferecer menor taxas de recorrência,
sendo mais comum de acontecer nos primeiros 5 anos após o procedimento, mas pode ocorrer
até décadas após o tratamento. A taxa de cura a longo prazo foi superior à média relatada
para outros métodos cirúrgicos comumente usados para seio pilonidal.