CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo)
DOI: 10.1055/s-0042-1748967
Relato de Caso

Osteolipoma profundo cervicotorácico próximo ao plexo braquial – Relato de caso e revisão da literatura

Article in several languages: português | English
Leonardo Furtado Freitas
1   Departmento de Neuroradiologia, Hospital São Camilo, São Paulo, SP, Brasil
,
2   Departamento de Radiologia do Centro Radiológico e Especialidades Médicas São Gabriel, Praia Grande, SP, Brasil
,
Fernando Silva Xavier
3   Departamento de Radiologia Musculoesquelética, Hospital São Camilo, São Paulo, SP, Brasil
,
Fernanda Boldrini Assunção
1   Departmento de Neuroradiologia, Hospital São Camilo, São Paulo, SP, Brasil
,
Luis Roberto Mathias Júnior
4   Departamento de Neurocirurgia, Hospital São Camilo, São Paulo, SP, Brasil
,
Thiago Luiz Pereira Donoso Scoppetta
1   Departmento de Neuroradiologia, Hospital São Camilo, São Paulo, SP, Brasil
› Author Affiliations
Suporte Financeiro Não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais, ou sem fins lucrativos.
 

Resumo

O osteolipoma é uma rara variante benigna do lipoma e constitui menos de 1% de todos os lipomas, se apresentando como uma massa indolor bem circunscrita. É um tumor conhecido por ocorrer em várias regiões, comumente intraósseas ou adjacente ao tecido ósseo, cuja patogênese ainda não está clara. Os exames de imagem são úteis em sua avaliação e, principalmente, no planejamento cirúrgico, que consiste na exérese tumoral. Contudo, o diagnóstico definitivo do osteolipoma é realizado pelo exame histopatológico. Apesar de benigno, o osteolipoma pode comprimir estruturas ao seu redor, levando a importante sintomatologia como neste caso relatado em que está em contato com o plexo braquial.


#

Introdução

Plant descreveu o osteolipoma pela primeira vez em 1958.[1] O osteolipoma tem vários sinônimos, incluindo os seguintes: lipoma ossificante, lipoma ósseo, lipoma com metaplasia óssea, e hamartoma osteolipomatoso.[2] Este tumor benigno, que normalmente se apresenta como uma massa indolor bem circunscrita, é caracterizado histologicamente por um lipoma com componentes ósseos – proliferação de tecido adiposo maduro com trabéculas ósseas.[1] [3] É um tumor comumente diagnosticado em pacientes com mais de 40 anos de idade.[1]

O osteolipoma é uma variante rara do lipoma e representa menos de 1% de todos os lipomas.[4] [5] É um tumor conhecido por ocorrer em várias regiões, comumente em estruturas intraósseas (crânio, coluna vertebral, antebraço e joelho) ou adjacente ao tecido ósseo (músculos e regiões orais), cujo local preferencial é a região da cabeça e pescoço,[3] medindo entre 0.8 e 0.9 cm.[4] Contudo, não encontramos estudos com acometimento próximo ao plexo braquial.

Quando o osteolipoma se apresenta em localização intra-articular ou justa articular, os sintomas mecânicos podem levar à sintomatologia precoce.[3] Devido à ausência de achados radiológicos específicos, o diagnóstico diferencial para lesões com componentes gordurosos e ósseos é amplo, como por exemplo teratoma, lipossarcoma e osteossarcoma.[3]

Demonstramos um caso de osteolipoma nas partes moles profundas da transição cervicotorácica à esquerda, próximas ao plexo braquial, com avaliação por exames de imagem tratado com ressecção marginal.


#

Relato do Caso

Um paciente do sexo masculino, de 45 anos de idade, se queixou de dor e parestesia na face lateral esquerda do pescoço há cerca de 30 dias, com intensificação do quadro há uma semana e irradiação para o membro superior esquerdo, dificultando a flexão dos dedos. Ao exame físico, apresentava sintomas de plexopatia braquial à esquerda – território radicular de C6–D1–e hiporreflexia bicipital.

Foi realizada uma tomografia computadoriza (TC) que detectou formação expansiva relativamente bem delimitada e localizada nas partes moles profundas da transição cervicotorácica à esquerda, com atenuação de gordura e ossificações de permeio, além de finas septações, próxima ao plexo braquial ([Figura 1]). A ressonância magnética (RM) confirmou lesão de natureza lipomatosa, encapsulada e com ossificações no seu interior, sem realce por contraste ([Figuras 1] e [2]). Foi realizada uma avaliação anatomopatológica por congelação intraoperatória que evidenciou neoplasia mesenquimal madura composta por células adipocitárias benignas formando lóbulos em meio à delicada trama vascular; presença de metaplasia óssea com elementos hematopoiéticos sem atipias nem indícios morfológicos de malignidade, confirmando o diagnóstico de osteolipoma, precedendo exérese da lesão ([Figuras 3] e [4]).

Zoom Image
Fig. 1 Tomografia computadorizada no corte coronal em A, sagital em B, e axial em C demonstrando formação expansiva localizada nas partes moles profundas do espaço paravertebral esquerdo, com atenuação semelhante a gordura, e calcificações grosseiras no seu interior, além de finas septações em contato com o plexo braquial (círculo verde). Ressonância magnética no corte coronal T1 em D, sagital T1 em E, e axial T2 em F demonstrando formação expansiva encapsulada localizada nas partes moles profundas do espaço paravertebral esquerdo com predomínio de sinal semelhante a gordura em todas as sequências com ossificações no seu interior em contato com o plexo braquial (círculo verde).Abreviaturas: MEA, músculo escaleno anterior; MEM, Músculo escaleno médio; MLE, músculo levantador da escápula; MSA, músculo serrátil anterior.
Zoom Image
Fig. 2 Ressonância magnética no corte coronal na sequência T2 STIR sem contraste em A e T1 FAT SAT com contraste em B demonstrando que a formação expansiva não apresenta realce significativo pelo contraste (setas brancas).
Zoom Image
Fig. 3 Intraoperatório demonstrando a formação expansiva em A e calcificação em B. A lesão foi ressecada em sua totalidade.
Zoom Image
Fig. 4 Fotomicrografia do estudo anatomopatológico com coloração em hematoxilina & eosina e magnificação de 20x revela tumor constituído por tecido adiposo maduro com áreas de ossificação com elementos hematopoiéticos de medula óssea sem atipias, além da ausência de lipoblastos ou sinais de malignidade.

A TC realizada 3 semanas após a cirurgia demonstrou densificação dos planos profundos, lâminas líquidas não organizadas, e focos esparsos de componente gasoso, com exérese macroscópica completa da lesão ([Figura 5]). O paciente, não apresentou nenhum déficit motor ou sensorial nos membros superiores no acompanhamento pós-operatório nos 8 meses seguintes.

Zoom Image
Fig. 5 Tomografia computadorizada pós-operatória no corte axial na janela óssea em A e janela para partes moles em B demonstrando densificação dos planos profundos do leito cirúrgico, assim como lâminas líquidas não organizadas locais e focos esparsos de componente gasoso (círculos brancos).

#

Discussão

A patogênese do osteolipoma ainda não está clara, mas algumas hipóteses foram propostas.[2] [4] [5] [6] Castillo et al. presumiram que um osteolipoma é causado pela diferenciação de células mesenquimais multipotentes dentro do tecido adiposo (metaplasia em lipoma pré-existente).[1] Esse fenômeno pode ser causado por metaplasia sistêmica e local (trauma, irritação crônica, isquemia e fatores metabólicos como fatores osteoindutores).[7] Blanshard e Veitch propuseram que a transformação de osteoblastos em fibroblastos é conduzida por fatores indutores de osso liberados por monócitos sanguíneos que entram no tecido adiposo.[7] Beranek propôs uma patogênese alternativa e sugeriu que, em alguns tumores vasculares complexos, como um lipoma de origem vascular, a proliferação de duas ou três populações de células claras ocorre simultaneamente, originadas de células endoteliais indiferenciadas.[7] Fritchie et al.[4] relataram análises citogenéticas de três osteolipomas e concluíram que as translocações envolvendo 12q13–15 em todos os casos eram consistentes com as características dos osteolipomas. Anormalidades cromossômicas, como translocações em 11q13, também foram relatadas.[1] [5] A radiografia comumente não detecta a lesão,[4] mas pode revelar calcificações dispersas e trabeculações.[2] [6] A cintilografia óssea com fluordesoxiglicose revela uma lesão metabolicamente ativa mostrando calcificações do tipo condroide associadas a um grande componente de tecido mole mostrando densidade de gordura.[2] A TC é essencial e proporciona uma excelente visualização dos componentes calcificados ou ossificados e confirmação da proximidade do osso adjacente, ajudando a determinar a extensão da lesão e o planejamento cirúrgico.[4] Na TC, o osteolipoma aparece como uma massa hipodensa (tecido adiposo) com áreas hiperdensas de tecido ósseo, mas também pode revelar uma densidade mista.[1] [6] [8] Na RM, o osteolipoma é caracterizado por alto sinal nas imagens ponderadas em T1 e T2 referente ao componente lipomatoso com queda de sinal nas sequências com saturação de gordura e áreas ossificadas com medular e cortical óssea de baixo sinal de permeio.[1] [2] [8] A imagem ponderada em T1 pós-contraste mostra calcificações grosseiras sem realce nodular significativo.[5] Além do diagnóstico topográfico preciso e da avaliação da extensão tumoral, a RM permite diferenciar o osteolipoma de outros tumores do tecido conjuntivo.[1] No geral, essas características radiológicas descritas na literatura e demonstradas neste caso são importantes para distinguir esse tumor de lesões mais agressivas contendo gordura, como o lipossarcoma.[5]

O diagnóstico definitivo do osteolipoma é feito por exame histopatológico,[6] tal como ilustrado no caso discutido no presente artigo. As características histológicas do osteolipoma incluem componentes adiposos predominantemente maduros com tecido ósseo lamelar maduro irregularmente distribuído.[2] [6] Os diagnósticos diferenciais incluem malformações congênitas dos ossos, teratomas, dermoides, cisto sinovial calcificado, calcinose tumoral, osteocondroma extra ósseo, miosite ossificante, fibromas ossificantes, ossificação secundária por trauma, lipossarcoma com alterações metaplásicas, hamartoma lipofibromatoso do nervo e osteossarcoma e devem ser considerados no diagnóstico diferencial.[9] O tratamento precoce e preciso permite a descompressão das estruturas ao redor da lesão, podendo evitar sequelas permanentes,[4] [8] [10] tais como no caso ilustrado. A excisão cirúrgica geralmente é escolhida como tratamento para o osteolipoma,[4] [9] apresentando bom prognóstico.[5] [6] [9] Embora as recidivas ainda não tenham sido relatadas, o monitoramento detalhado e o acompanhamento em longo prazo são recomendados devido à falta de informações clínicas.[5] [7] Não encontramos estudos descrevendo o osteolipoma com acometimento próximo ao plexo braquial em nossas buscas, e, neste artigo, relatamos o primeiro caso diagnosticado pelos exames de imagem com confirmação histológica.

Existem poucos estudos em relação a esse tema e, reforçamos que, apesar da raridade do osteolipoma com acometimento próximo ao plexo braquial e sua necessidade de confirmação histológica, esta lesão deve estar nos diagnósticos diferenciais de lesões com calcificações/ossificações.


#
#

Conflito de Interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

  • Referências

  • 1 Diom ES, Ndiaye IC, Ndiaye M. et al. Osteolipoma: an unusual tumor of the parotid region. Eur Ann Otorhinolaryngol Head Neck Dis 2011; 128 (01) 34-36
  • 2 Electricwala AJ, Panchwagh Y, Electricwala JT. Giant Osteolipoma Fixed to the Greater Trochanter of the Femur in a Seventy-Year-Old Elderly Woman. Cureus 2017; 9 (02) e1036
  • 3 Huynh TV, Cipriano CA, Hagemann IS, Friedman MV. Osteolipoma of the knee. Radiol Case Rep 2016; 12 (01) 124-129
  • 4 Dilip Chand Raja S, Kanna RM, Shetty AP, Rajasekaran S. Lumbar Intraspinal Osteolipoma Presenting as Cauda Equina Syndrome: A Case Report and Review of Literature. Case Rep Orthop 2018; 2018: 1945149
  • 5 Sharma S, Dhillon V. Osteolipoma: An Extremely Rare Hard Palate Tumor. Cureus 2020; 12 (05) e8146
  • 6 Kwan Ip NS, Lau HW, Wong WY, Yuen MK. Osteolipoma in the Forearm. J Clin Imaging Sci 2018; 8: 20
  • 7 Fukushima Y, Kitamura T, Hayashi N, Enoki Y, Sato T, Yoda T. A huge osteolipoma involving the coronoid process: a case report. J Oral Sci 2016; 58 (01) 141-144
  • 8 Guirro P, Saló G, Molina A, Lladó A, Puig-Verdié L, Ramírez-Valencia M. Cervical paravertebral osteolipoma: case report and literature review. Asian Spine J 2015; 9 (02) 290-294
  • 9 Han JH, Choi S, Sohn KR, Hwang SM. A rare intramuscular osteolipoma: A case report. Int J Surg Case Rep 2020; 67: 258-261
  • 10 Brones A, Mengshol S, Wilkinson CC. Ossifying lipoma of the cervical spine. J Neurosurg Pediatr 2010; 5 (03) 283-284

Endereço para correspondência

Leonardo Furtado Freitas
Avenida Pompéia
1178, Pompéia, São Paulo, SP, 05022-001
Brasil   

Publication History

Received: 27 April 2021

Accepted: 04 March 2022

Article published online:
03 June 2022

© 2022. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil

  • Referências

  • 1 Diom ES, Ndiaye IC, Ndiaye M. et al. Osteolipoma: an unusual tumor of the parotid region. Eur Ann Otorhinolaryngol Head Neck Dis 2011; 128 (01) 34-36
  • 2 Electricwala AJ, Panchwagh Y, Electricwala JT. Giant Osteolipoma Fixed to the Greater Trochanter of the Femur in a Seventy-Year-Old Elderly Woman. Cureus 2017; 9 (02) e1036
  • 3 Huynh TV, Cipriano CA, Hagemann IS, Friedman MV. Osteolipoma of the knee. Radiol Case Rep 2016; 12 (01) 124-129
  • 4 Dilip Chand Raja S, Kanna RM, Shetty AP, Rajasekaran S. Lumbar Intraspinal Osteolipoma Presenting as Cauda Equina Syndrome: A Case Report and Review of Literature. Case Rep Orthop 2018; 2018: 1945149
  • 5 Sharma S, Dhillon V. Osteolipoma: An Extremely Rare Hard Palate Tumor. Cureus 2020; 12 (05) e8146
  • 6 Kwan Ip NS, Lau HW, Wong WY, Yuen MK. Osteolipoma in the Forearm. J Clin Imaging Sci 2018; 8: 20
  • 7 Fukushima Y, Kitamura T, Hayashi N, Enoki Y, Sato T, Yoda T. A huge osteolipoma involving the coronoid process: a case report. J Oral Sci 2016; 58 (01) 141-144
  • 8 Guirro P, Saló G, Molina A, Lladó A, Puig-Verdié L, Ramírez-Valencia M. Cervical paravertebral osteolipoma: case report and literature review. Asian Spine J 2015; 9 (02) 290-294
  • 9 Han JH, Choi S, Sohn KR, Hwang SM. A rare intramuscular osteolipoma: A case report. Int J Surg Case Rep 2020; 67: 258-261
  • 10 Brones A, Mengshol S, Wilkinson CC. Ossifying lipoma of the cervical spine. J Neurosurg Pediatr 2010; 5 (03) 283-284

Zoom Image
Fig. 1 Tomografia computadorizada no corte coronal em A, sagital em B, e axial em C demonstrando formação expansiva localizada nas partes moles profundas do espaço paravertebral esquerdo, com atenuação semelhante a gordura, e calcificações grosseiras no seu interior, além de finas septações em contato com o plexo braquial (círculo verde). Ressonância magnética no corte coronal T1 em D, sagital T1 em E, e axial T2 em F demonstrando formação expansiva encapsulada localizada nas partes moles profundas do espaço paravertebral esquerdo com predomínio de sinal semelhante a gordura em todas as sequências com ossificações no seu interior em contato com o plexo braquial (círculo verde).Abreviaturas: MEA, músculo escaleno anterior; MEM, Músculo escaleno médio; MLE, músculo levantador da escápula; MSA, músculo serrátil anterior.
Zoom Image
Fig. 2 Ressonância magnética no corte coronal na sequência T2 STIR sem contraste em A e T1 FAT SAT com contraste em B demonstrando que a formação expansiva não apresenta realce significativo pelo contraste (setas brancas).
Zoom Image
Fig. 3 Intraoperatório demonstrando a formação expansiva em A e calcificação em B. A lesão foi ressecada em sua totalidade.
Zoom Image
Fig. 4 Fotomicrografia do estudo anatomopatológico com coloração em hematoxilina & eosina e magnificação de 20x revela tumor constituído por tecido adiposo maduro com áreas de ossificação com elementos hematopoiéticos de medula óssea sem atipias, além da ausência de lipoblastos ou sinais de malignidade.
Zoom Image
Fig. 5 Tomografia computadorizada pós-operatória no corte axial na janela óssea em A e janela para partes moles em B demonstrando densificação dos planos profundos do leito cirúrgico, assim como lâminas líquidas não organizadas locais e focos esparsos de componente gasoso (círculos brancos).
Zoom Image
Fig. 1 Computed tomography in coronal section in A, sagittal in B, and axial in C, demonstrating expansive formation located in the deep soft parts of the left paravertebral space, with attenuation similar to fat and coarse calcifications inside, in addition to thin septations in contact with the brachial plexus (green circle). Magnetic resonance in coronal cut T1 in D, sagittal T1 in E, and axial T2 in F, demonstrating encapsulated expansive formation located in the deep soft parts of the left paravertebral space with predominance of fat-like signal in all sequences with ossifications inside in contact with the brachial plexus (green circle).Abbreviations: MEA, anterior scalene muscle; MEM, medium scalena muscle; MLE, scapula lifter muscle; MSA, anterior serratus muscle.
Zoom Image
Fig. 2 Magnetic resonance in coronal section in T2 stir sequence without contrast in A and T1 FAT SAT with contrast in B demonstrating that the expansive formation does not present significant contrast enhancement (white arrows).
Zoom Image
Fig. 3 Intraoperatively demonstrating expansive formation in A and calcification in B. The lesion was completely restrained.
Zoom Image
Fig. 4 Photomicrograph of the anatomopathological study with hematoxylin & eosin staining and 20x magnification reveals a tumor consisting of mature adipose tissue with ossification areas with hematopoietic bone marrow elements without atypias, in addition to the absence of lipoblasts or signs of malignancy.
Zoom Image
Fig. 5 Postoperative computed tomography in axial section in bone window in A and soft-tissue window in B demonstrating densification of the deep planes of the surgical bed, as well as local unorganized liquid slides and sparse foci of gaseous component (white circles).