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DOI: 10.1055/s-0044-1796708
BAIXA INGESTÃO DE PROTEÍNA AUMENTA O RISCO DE SARCOPENIA E MORTALIDADE EM PACIENTES COM CÂNCER DO TRATO GASTROINTESTINAL
Introdução: A relação entre câncer e estado nutricional é de extrema importância visto que há relatos de alta frequência de desnutrição nesta população. Uma de suas complicações é a sarcopenia, caracterizada pela diminuição da massa muscular associada à redução da força muscular e fadiga. A piora do estado nutricional de pacientes com câncer do trato gastrointestinal é relacionada à malignidade, toxicidade ao tratamento e alterações metabólicas como favorecimento do estado inflamatório, aumento da proteólise muscular e modificações no metabolismo de nutrientes, o que gera aumento da morbidade e mortalidade. Objetivo: Avaliar associação entre ingestão proteica, composição corporal e presença de sarcopenia com risco de mortalidade. Método: Estudo transversal observacional retrospectivo (fevereiro 2016 a junho 2017). Os dados foram obtidos por análise de prontuários de pacientes com diagnóstico de câncer do trato gastrointestinal. Para determinar o risco de mortalidade, utilizou-se o questionário PANDORA. Coletou-se informações referentes a ingestão proteica pelo recordatório 24 horas e dados antropométricos (percentual de gordura, força de preensão manual da mão dominante e índice de massa corporal (IMC)). Resultados: Foram avaliados 48 pacientes, sendo 25 homens e 23 mulheres, com idade média de 62,6 ±11,4 anos. A ingestão média de proteína diária foi de 58,4 ±33,24g, representando 1,13 ±0,66 g/kg/dia. O IMC médio foi de 21,12 ±4,43kg/m2 e o percentual de gordura corporal foi de 30,26 ±6,9%. A força média de preensão manual foi de 23,78 ±9,7kg. Foi observada correlação negativa entre a quantidade de proteína diária total ingerida e o questionário PANDORA (R=-0,48, p=0,0005), assim como quantidade de proteína diária por quilogramas de peso (R=-0,34, p=0,016). Também houve correlação negativa entre o IMC e o questionário PANDORA (R=-0,50, p=0,0002) e o percentual de gordura corporal (R=-0,46, p=0,0008). Em relação à força de preensão da mão dominante, a correlação encontrada também foi negativa (R=-0,33, p=0,019). No modelo de análise de regressão logística ajustado por idade e sexo, observou-se chance 8,53 maior de desenvolver sarcopenia nos pacientes que consumiam menos que 0,8g de proteína por quilograma por dia (p<0,05). Não houve diferença para o modelo sem ajuste ou ajustado somente pela idade. Conclusão: Pacientes oncológicos que apresentam redução na ingestão proteica apresentam maior risco de desenvolver pré-sarcopenia e sarcopenia.
No conflict of interest has been declared by the author(s).
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10 July 2025
© 2017. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
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