Introdução: os timomas são tumores torácicos hete-rogêneos e raros, que correspondem a 20% das
massas mediastinais e apresentam incidência anual de 1,3 - 3,2 casos por 1.000.000
habitantes. Histologicamente são dividos em A, AB, B1, B2, B3 e carcinoma tímico,
levando em conta o predomínio celular (células epite-liais ou linfócitos). Já a classificação
de Massaoka leva em consideração o acometimento da cápsula e invasão de estruturas
vizinhas. Objetivo: avaliar os aspectos clinicopatológicos e a sobrevida de pacientes com timoma ou carcinoma
tímico do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas. Método: foram coletados dados de 32 pacientes com diagnóstico de timoma ou carcinoma tímico
atendidos de 01/01/2000 à 21/10/2016.Os pacientes foram tratados com ressecção cirúrgica
do tumor, sempre que possível (critério do cirurgião). Quimioterapia neoadjuvante
com adria-micina, iclofosfamida, vincristina e cisplatina (ADOC) ou cisplatina e etoposideo,
foi indicada para pacientes que eram considerados com doença local irresecável. A
so-brevida global foi calculada usando método de Kaplan-Meier. Resultados: os pacientes eram em sua grande maioria da raça branca, sendo 50% do sexo masculino
e 50% do sexo feminino. O timoma tipo B1 foi a histologia mais prevalente (28,1%)
seguida do subtipo AB (21,9%) Quanto à classificação de Massaoka, o estádio II foi
o mais comum, correspondendo a 62,5% dos casos. Vinte e oito pacientes (87,5%) foram
submetidos à ressecção cirúrgica do tumor. Em 42,9% dos pacientes operados a cirurgia
realizada foi RO. Sete pacientes receberam quimioterapia neoadjuvante, sendo 6 deles
com esquema ADOC e 1 com esquema baseado em cisplatina e etoposideo. A tolerância
ao esquema ADOC foi aceitável. O seguimento mediano foi de 42 meses e a sobrevida
global mediana foi de 35 meses. Conclusão: a cirurgia permanece como pedra fundamental do tratamento Se optado por terapia neoadjuvante,
o esquema ADOC pode ser considerado devido tolerância clínica aceitáve e excelente
taxa de resposta.